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Conflito de gerações?

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 16/08/2021
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Você sabe se faz parte da geração Z ou Y? Ou será que você é um baby boomer? E geração Alpha, já ouviu falar? Não é de hoje que esses termos se tornaram parte do nosso convívio e também do debate comportamental da sociedade. As diferenças entre as gerações podem, sim, dizer muito sobre nós, sobre como nos comportamos em grupo, sobre nossos interesses, sobre o nosso comportamento no ambiente de trabalho, entre muitas outras perspectivas. 

Mas para que servem esses conceitos? O que podemos extrair de benéfico ao pensarmos que certo grupo nascido na mesma época possui os mesmos comportamentos ou pensa da mesma forma? É, de fato, importante entender essas diferenças?

Para o psicólogo Sebastião Ferreira, estudar as gerações é uma das formas de aprendermos a conviver melhor em sociedade, afinal, a sociedade contemporânea se desenvolve com uma velocidade muito mais intensa a cada ano que passa, impulsionada pelo avanço tecnológico.

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Segundo o psicólogo Sebastião Ferreiro, ao se estudar as diferenças entre as gerações o objetivo é gerar empatia, e não segregar

“A importância do estudo entre as diferenças existentes nas gerações se mostra relevante em diversos pontos. Um deles é que a humanidade caminha para um aumento da população em que precisará, por exemplo, conviver com uma possível escassez de suprimentos para a sobrevivência de todos. Será, portanto, fundamental que todos possam praticar o respeito para que convivam de forma harmônica, e não se exterminando”, diz.

Entender cada geração é como jogar uma lente de aumento no comportamento do outro, para assim, criarmos um futuro melhor. Mas é preciso cuidado. O objetivo, ao se estudar as diferenças, é gerar empatia, e não segregar. “Os conceitos e valores atualmente se tornaram fator de desagregação ao invés de alinhar pessoas e ideias comuns que possam construir um cenário em que a humanidade possa se desenvolver com respeito às diferenças”, diz Ferreira.

No mundo atual, o conceito das gerações é bastante explorado no que tange ao consumo, por exemplo. Se você é fã de Harry Potter desde criança e adora Mariah Carey, certamente você é um millennial ou da geração Y. E certamente, há várias pessoas estudando esse comportamento para criar melhores estratégias de venda. Mas existe um campo no qual o estudo das gerações tornou-se parâmetro para muitos pontos: o mercado de trabalho.

 

A mistura de gerações cria um ambiente profissional ideal?

“O mercado de trabalho é onde surge o primeiro choque entre gerações. Imagine que uma nova geração vem vivendo em grupo há anos. Eles crescem juntos, têm os mesmos hábitos, mesmos gostos. E quando eles entram no mercado de trabalho, têm esse primeiro choque com outras gerações. E é um choque também para quem recebe esse grupo. Essas gerações se conectam e se desconectam. São os primeiros passos de uma vivência e de comportamentos fora daquela bolha que esses jovens viviam. Então, é muito comum que se gere esse atrito e que as gerações acentuem suas diferenças nesse ambiente”, explica Flavio Valiati, líder da área de Educação do Zoom e CEO da startup Vamos Subir.

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Para Flavio Valiati, o mercado de trabalho é onde surge o primeiro choque entre gerações

Portanto, é no ambiente de trabalho que as gerações se percebem e percebem suas diferenças. E aí, cabe a cada um entender como vivê-las: 

“A tecnologia – e principalmente as mídias sociais – é que escancararam essas diferenças entre as gerações. Cada uma traz suas lutas, histórias, conquistas, pontos positivos etc. E se como mundo, a gente vive isolado numa bolha eliminando os pontos das outras gerações, nós não crescemos como sociedade. É preciso olhar para trás e entender o que essas gerações anteriores fizeram para potencializar a minha jornada e as minhas construções daqui pra frente”, ressalta Valiati.

E nem sempre esse conflito no mercado de trabalho se torna positivo. Uma pesquisa recente da Deloitte aponta que os Millennials e a Geração Z, atualmente, temem o desemprego e estão menos crentes no impacto social dos negócios, na economia e na política. Segundo a pesquisa, que entrevistou 22.928 pessoas em 45 países, o presente que se apresenta agora, para eles, traz incertezas sobre o futuro financeiro a longo prazo.

Segundo a pesquisa, mais da metade dos participantes, tanto millennials quanto geração Z, disseram que se sentem estressados na maior parte do tempo, sobretudo por conta das incertezas do futuro financeiro de longo prazo, do bem-estar familiar e das perspectivas de emprego. Enquanto a questão financeira pega mais para os millennials, a geração Z se estressa mais com empregos/carreira e o futuro financeiro. 

“Um ecossistema ideal de trabalho a longo prazo, para mim, será inclusivo. Ele vai receber todas as pessoas, independentemente de raça, etnia, classe social ou credo. E quando falamos de inclusão, me refiro a várias características, como por exemplo empatia, que não vão confrontar gerações e nem ideais, mas trazer discussões positivas e saudáveis do que precisamos construir como solução para a sociedade como um todo”, diz Valiati.

Para o especialista, as companhias têm a responsabilidade de criar, hoje, um ambiente onde seja incentivado o conflito de ideias, não de pessoas ou gerações. 

“Conflitar ideia é positivo, mas não conflitar gerações. Então, precisamos de uma cultura que incentive os debates, que aproxime as gerações e que mostre ou crie programas de mentorias. Não só do mais experiente para o jovem, mas a mentoria reversa também será muito importante. Imagine o Alpha mentorar aquele profissional Sênior, que não está inserido nesse ecossistema. É preciso criar um ambiente no qual a discussão de ideias e de debates entre as gerações, sejam positivas e saudáveis, entendendo que não há divisão. Não é uma geração versus a outra, é a sociedade como um todo. Se continuarmos falando de divisões e separações de gerações, sempre vai ter atrito. Não temos que nos separar, temos que somar”, conclui. 


Qual é a sua geração? Descubra em qual grupo você se encaixa!
(Material elaborado pelo psicólogo Sebastião Ferreira)

Baby Boomers (1946-1964):

Essa geração surgiu após a Segunda Guerra Mundial, são filhos dos sobreviventes que retornaram para casa e tiveram filhos praticamente na mesma época. Hoje, essas pessoas estão na faixa dos 60 anos, aposentados ou trabalhando, e se dedicam à atividade laboral estável/fixa. Dão mais importância à estabilidade, um aprendizado que tiveram com as vivências ao longo da vida, e dão menos importância às inovações tecnológicas. São muito otimistas e automotivados. Esta geração foi responsável por grandes mudanças sociais entre as quais o movimento hippie (Woodstock), feminismo e direitos civis.

 

Geração X (1965-1980):
São os filhos dos “Baby Boomers” e fazem uso da tecnologia com facilidade. Fizeram parte da época em que surgiu o computador pessoal. Essa geração se destacou por não valorizar os dogmas religiosos, burlavam as regras estabelecidas pelos familiares, ignoravam o tabu da virgindade e faziam sexo antes do casamento.

 

Geração Y ou Millennial (1981-1996):

Filhos da “Geração X”, receberam muitos mimos por terem crescido numa época em que a economia se encontrava equilibrada. Foram muito estimulados a receber quase tudo o que pediam aos pais, e pouco se dedicavam às atividades que não ofereciam grandes recursos financeiros. Viveram numa época de alta competição e queda de preços no mercado que facilitou o acesso aos smartphones. Por estarem na era tecnológica, puderam ter acesso a diversas atividades de forma simultânea através do telefone e da internet.

 

Geração Z (1997-2010):
É a geração dos nativos digitais e a maior parte está acessando o mercado de trabalho agora. São altamente conectados com a tecnologia, pois desde o nascimento estavam familiarizados com a internet e todas as suas possibilidades, sofrendo a exposição constante de conteúdo das redes sociais. A comunicação entre eles ocorre por meio de plataformas digitais, onde criam os famosos memes. Por estarem conectados virtualmente, valorizam menos as relações interpessoais. Se engajam facilmente às causas sociais pela internet. São imediatistas por estarem sendo imensamente bombardeados pelo mundo digital. Nesta geração os youtubers ganharam espaço.

 

Geração Alpha (depois de 2010):

As crianças de colo já conseguem utilizar um smartphone. Demonstram ser mais inteligentes do que as gerações anteriores. Esta geração é altamente conectada desde o nascimento. Crianças com menos de um ano de vida já conseguem utilizar um smartphone com facilidade. Estão vivendo num contexto em que a diversidade está sendo muito propagada. Por estarem expostos ao contexto entre o que é certo ou errado (lacração/cancelamento), podem sofrer traumas por não saberem gerenciar suas emoções e sentimentos diante de tantas mudanças.

 

Por: Mario Camelo

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