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Por uma vizinhança das antigas na cidade cada vez mais moderna

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 10/11/2021

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Quem de fato conhece o bairro que mora, sabe quais são as casinhas mais antigas da região, o prédio mais charmoso do entorno? E o café mais saboroso? Quem conhece as calçadas, as lojinhas, os jardins e as praças da vizinhança? Todos esses lugares deveriam estar, em tese, a 15 minutos dos moradores de um bairro e deveriam ser acessados a pé ou de bicicleta, permitindo um “diálogo” entre pessoas, comércio e equipamentos.

Essa ideia, que ganhou força no ano passado, por conta da pandemia de coronavírus, é um conceito desenvolvido pelo urbanista Carlos Moreno, professor da Universidade de Sorbonne, na França, e assessor especial da Prefeita de Paris, Anne Hidalgo. Os deslocamentos no dia-a-dia, sugere Moreno, devem ser mínimos. No entanto, para que isso se viabilize numa cidade como São Paulo, muita coisa precisa ser repensada, pois a vida nos grandes centros faz tempo tem se organizado de outra forma: os carros se impõem, soberanos, e os moradores não têm tempo nem disposição para flanar.

Foi pensando nessa retomada da cidade em nome da boa convivência, que o Portal São Paulo, em parceria com a Tegra Incorporadora e a Construtora Paulo Mauro, realizou nos últimos sábados (16 e 23 de outubro), o “São Paulo São Conexões convida Perdizes”- um espaço ao ar livre, para o desfrute e troca de experiências no bairro, com atrações culturais e gastronômicas.

O diferencial do evento, que ocorreu na Rua Bartira 856, zona oeste da cidade, ao lado do estande do empreendimento imobiliário “Ode Perdizes”, foi o de proporcionar o encontro entre “ocupantes” do bairro – tanto os novos, chegando à região, como os antigos.

“Para participar, convidamos pessoas que têm pequenos negócios aqui nas imediações”, diz o designer Maurício Machado, idealizador do projeto. Com o “São Conexões”, Machado quer estimular e difundir justamente o conceito de cidade de 15 minutos e de proximidade entre as pessoas. “Queremos incentivar os vínculos saudáveis e produtivos em São Paulo, fomentando a troca de conhecimento, as conexões criativas entre empresas e cidadãos com causas e negócios em seus bairros”, completa. E foi justamente assim que o evento transcorreu.

Mônica Vendramini levou sua marca “Receitas de Família” para apresentar aos vizinhos. Ela é fotógrafa, mas a pandemia do coronavírus a fez colocar em prática seu lado “quituteira”. Com pouco trabalho na sua área de formação, resolveu arregaçar as mangas e se dedicar à culinária, uma paixão que a acompanha desde criança. Com determinação, montou um perfil no instagram (@receitas_vendramini) e passou a oferecer suas quiches, tortas doces e salgadas e empadas.

No dia do evento, teve a chance de dialogar com outros comerciantes da região, que, como ela, mostraram seu trabalho ali na Rua Bartira. Vivendo nas imediações há alguns anos, a proposta agradou Mônica, que retribuiu ao convite para expor seus pratos com generosidade e disposição para conhecer seus vizinhos. “Essa é uma chance de apresentar meu trabalho e de interagir com outras pessoas que também têm algo a oferecer em Perdizes”, observou.

No entorno do evento, diversos empreendimentos imobiliários despontam, e podem ser, além de consumidores de seus produtos, bons vizinhos também. Mas, para tanto, é preciso que se conheçam, que haja essa troca proporcionada pelo “São Conexões”.

São Paulo São – Tegra empreendimento ODE Perdizes

Marcaram presença também na Rua Bartira os bolinhos e porções do Caiubier, famoso por sua comida de boteco, as delícias do Azulejo com receitas típicas brasileiras, Seu Gabin com pratos da gastronomia que vem do Norte, a chef Roberta Spínola com suculentos sanduíches de pernil preparados com saboroso molho de tomate e pão portugues de uma padaria da região e os drinques do bar itinerante A Chacrinha do publicitário Adriano de Carvalho.

Para aquecer o ambiente, a DJ Adriana Ararake, outra moradora do entorno, investiu no melhor do pop e do jazz. “É muito importante ter espaços como esses, em que as pessoas que circulam pela região se encontrem e possam desfrutar de momentos de lazer”, disse.

A participação dos coletivos urbanos Calçada SP (www.instagram.com/calcadasp) e o Conversas na Calçada, de inspiração norte-americana (Side Talk Walk) deu ainda mais forma à proposta das conexões em Perdizes.

Tendo à frente a publicitária Wans Spiess, o Calçada SP quer mudar a relação das pessoas com a cidade. Para tanto, promove caminhadas coletivas desde 2014. A pé, é possível olhar as calçadas, as construções, as praças, diz Wan. Quem anda a pé acaba desenvolvendo um olhar apreciativo para a cidade. “Caminhar desperta empatia, alteridade, é um estímulo ao cuidado e à valorização dos espaços urbanos”, acredita.

A mesma relação com a cidade tem o grupo do Conversas na Calçada, trazido para o Brasil em 2019 pela psicóloga Patrícia Maria Martins. Criado em São Francisco, Califórnia, pela psicóloga americana Traci Ruble, a proposta é incentivar o diálogo e a interação entre as pessoas que convivem numa mesma cidade, bairro. “Queremos construir cidades mais humanas, menos agressivas, que os vizinhos se conheçam, sejam solidários”, diz. O projeto consiste em colocar cadeiras nas calçadas e estimular o convívio, a troca, a conversa – um hábito ainda comum em lugares menores, mas que se perdeu ao longo do tempo nas metrópoles.

São Paulo São – Tegra Empreendimento ODE Perdizes

A busca por uma cidade mais calma, mais sustentável, com menos desperdício de energia em todos os sentidos também pede mais opções de deslocamento para além do automóvel. O transporte público – ônibus e metrô – precisa ser ampliado e oferecer mais conforto e segurança aos passageiros, mas os moradores de São Paulo precisam entender que há outras formas de andar pela cidade.

James Scavone, sócio-fundador e diretor criativo da Davinci, aposta nesse outro modelo de mobilidade urbana. Há mais de 15 anos deixou de andar de carro por São Paulo. Vai de bicicleta e, mais recentemente, de patinete elétrico, sempre que possível. Os modelos fabricados pela Davinci (homenagem a Leonardo da Vinci, que além de artista, também era urbanista e se preocupava com a questão da mobilidade, segundo a marca), são dobráveis e, o menor, pesa 12 quilos. “Isso permite a intermodalidade, que é fundamental em São Paulo”, pondera. “A pessoa anda de patinete até determinado ponto, depois pode pegar o metrô, por exemplo, e continuar no patinete ao descer, até chegar ao seu destino”.

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