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O cartão de visitas do condomínio

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 27/07/2016
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Gabriel Menezes

O ditado popular diz que a primeira impressão é que a fica. Concordando ou não com tal afirmação, o fato é que, quando o assunto é condomínio, ter um hall bonito e funcional é um bom negócio para todos os moradores, já que os imóveis ficam valorizados.  No entanto, alguns acreditam que isso requer muito dinheiro em caixa e gastos extras que vão pesar no bolso dos condôminos. Não é bem assim, pois com medidas simples e baratas é possível dar uma cara nova à entrada.

A especialista Tatiana Vargas, da Art Design Rio, explica que, independentemente do orçamento disponível ou do estilo arquitetônico do prédio, recomenda-se seguir um princípio básico: halls de entrada devem ser decorados com poucos elementos e sem muitos modismos. “O hall não é uma sala de visitas. Ele não pode ser comprometedor no gosto. Deve-se usar poucos itens, neutros e de linhas clássicas e eternas”, aponta a profissional.

Segundo ela, itens que não requerem um alto investimento, como espelhos, quadros de gravuras e uma boa iluminação, causam um ótimo impacto aos olhos do visitante ou morador. Mas antes de escolher qualquer material para a decoração da entrada, é fundamental identificar o perfil do condomínio e de seus moradores. Por exemplo, se ele dispõe de uma boa área de lazer, com piscina e playground, é provável que tenha muitas crianças. “Nesse caso, o ideal é usar pisos cerâmicos e materiais mais duráveis e fáceis de limpar”, destaca Tatiana.

Com relação ao mobiliário, Tatiana diz que boas opções são pufes, cadeiras ou um sofá, que não precisam ser necessariamente confortáveis. “Os revestimentos dos estofados devem ser de fácil limpeza, como camurça ou couro”, opina.

A arquiteta Leila Dionízio alerta que muitos síndicos caem no erro de não levar o assunto para a discussão dos moradores e acabam decorando o espaço de acordo com os seus gostos pessoais, como se estivesse decorando a sua própria casa. “Existe hoje uma tendência grande em usar tons neutros como bege, marrom, cinza. Com relação às paredes, para quem pode investir um pouco mais, uma boa opção é o uso de mármore como travertino ou limestone”, conclui.

Escolha das plantas é determinante

Tão importante quanto às escolhas da decoração e dos materiais utilizados no hall de entrada do condomínio é a definição de quais plantas ficarão no espaço. É fundamental que o síndico se assegure de que as espécies utilizadas não trazem riscos para a saúde dos moradores.

A especialista Tatiana Vargas, da Arte Design Rio, explica que plantas como comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia seguine), alamanda, espirradeira, buxinho e cróton representam riscos, principalmente em condomínios com crianças e animais, por serem tóxicas. “Existem plantas que se adaptam bem a ambientes fechados, como a dracena, que não precisa de luz direta; a cheflera e as palmeiras chamadórea, ráfis e areca”, salienta.

Uma questão também de segurança

Além da questão estética, muitas vezes a reforma do hall representa também um investimento em segurança, principalmente quando se trata de construções antigas. Esse foi o motivo pelo qual o síndico Alysson Peixoto, do Edifício Lagoa Verde, no Jardim Botânico, decidiu levar o assunto para a Assembleia dos moradores. O piso e a parte elétrica do espaço já tinham mais de trinta anos de uso, o que acendeu o alerta do gestor. “Fizemos uma extensa pesquisa com profissionais do ramo, apresentando as nossas necessidades, antes de definir o projeto. Além do piso e da parte elétrica, aproveitamos para reformular o balcão do porteiro e as câmeras de segurança”, explica Peixoto.

Muito mais do que bom senso, a inclusão dos moradores na definição do projeto é algo determinado pelo Código Civil. No caso de obras voluptuárias (para fins estéticos), é necessária a aprovação de dois terços dos condôminos. Já as obras úteis, basta a aprovação da maioria simples.

Área é fundamental na valorização do imóvel

O hall pode ser o fator decisivo para que que a venda de um imóvel seja concretizada ou não. A afirmação é de Sidney Matos, especialista em imóveis. Segundo ele, é mais fácil que uma pessoa decida comprar um apartamento em mau estado num prédio com um bom hall do que numa situação inversa. “O apartamento em mau estado pode ser resolvido pelo morador sozinho. No caso do hall, o problema envolve todos os moradores e o síndico. É dor de cabeça na certa”, diz Matos.

Ele ressalta que as condições da área podem influir em cerca de 20 a 30% na valorização ou desvalorização do patrimônio. “Por tratar-se de um patrimônio de grande valor, o comprador vai observar cada detalhe e colocar na balança. Na negociação, tudo é motivo para barganha. Um hall mal cuidado por transparecer uma vizinhança desleixada ou uma administração fraca do condomínio”, explica o corretor.

Além da decoração e estrutura em dia, existe outro item fundamental: o porteiro. “O funcionário que recebe os moradores e os visitantes deve ser educado e estar sempre bem vestido. Não adianta o hall ser lindo e o porteiro trabalhar de bermuda, chinelo e não saber se portar”, destaca.

 

Dicas dos especialistas sobre o hall de entrada

– O hall não é uma sala de visitas. Ele não pode ser comprometedor no gosto. Deve-se usar poucos itens, neutros e de linhas clássicas;

– Antes de escolher qualquer material para a decoração da entrada, é fundamental identificar o perfil do condomínio e de seus moradores;

– Itens que não requerem um alto investimento, como espelhos, quadros de gravuras e uma boa iluminação, causam um ótimo impacto aos olhos do visitante ou morador;

– O síndico não deve cair no erro de não levar o assunto para a discussão dos moradores e decorar o espaço de acordo com os seus gostos pessoais;

– A escolha das plantas também é fundamental, já que algumas são tóxicas e podem trazer riscos principalmente para crianças e animais.

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