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O impacto da pandemia na vida das crianças

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 22/04/2021

Closeup portrait of cute child wearing casual shirt and medical mask, female kid showing stop gesture with both palms, looking at camera, has two pigtails, posing isolated over blue studio background.
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Assim como os adultos, as crianças tiveram que se adaptar a uma nova rotina durante a pandemia. Elas tiveram que lidar com o distanciamento da família e dos amigos, com medidas de higiene mais rígidas, com o ensino à distância, com algumas proibições, entre outras questões. Além disso, tiveram que lidar também com sentimentos até então desconhecidos pela maioria, como medo, angústia, estresse, frustração, ansiedade e em alguns casos até o luto.

Apesar de a taxa de mortalidade por COVID-19 ser menor na infância, a vida cotidiana dos pequenos também está sendo afetada pela situação do isolamento social. Muitas crianças têm tido dificuldade de concentração, irritabilidade, inquietação, sensação de tédio e solidão, e alterações no padrão de sono e de alimentação. Em geral, elas decorrem da sobrecarga das atividades do cotidiano e outras demandas dos próprios familiares.

Diante desse cenário, a psicóloga infantil, Rosana Cibok, alerta que os pais devem cuidar do tipo de informação que seus filhos estão consumindo, e isso se refere ao tipo de conversa que se tem dentro de casa, já que as crianças copiam modelos e reproduzem o que vêem, ouvem e sentem. “A maneira como os pais cuidam do ambiente familiar e do ambiente social da criança influencia diretamente uma mudança de comportamento. A criança a partir dos 3 anos de idade, por exemplo, já entende uma mudança de rotina e tem o entendimento do que é uma doença, portanto, as relações sociais devem ser preservadas de alguma forma”.

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A psicóloga infantil, Rosana Cibok, alerta que os pais devem cuidar do tipo de informação que seus filhos estão consumindo

Uma estratégia importante e eficaz é o diálogo. Conversar com a criança de forma clara e honesta sobre a doença, esclarecer dúvidas e orientar sobre medidas de prevenção é uma maneira de controlar a ansiedade e despertar um sentimento de confiança no enfrentamento do problema. 

Outra estratégia é organizar a rotina familiar para evitar sensações de estresse. Nesse sentido, uma dica é definir horários para acordar, fazer as refeições e dormir, entre outras atividades. Sempre, é claro, reservando um tempo para momentos de lazer que, se possível, envolvam atividades físicas, brincadeiras com jogos, desenhos, contação de histórias etc.

Na casa da advogada Carolina Garcia, moradora da cidade de Niterói, no Rio de Janeiro, a rotina agora é outra. “Quando a pandemia começou me vi perdida dentro de casa com duas crianças pequenas e ainda ter que dar conta do trabalho e das tarefas domésticas”. 

Carolina é mãe de Ana Luiza, de 5 anos, e Bernardo, de apenas 3. “No início foi desesperador porque a rotina deles foi completamente afetada, eles deixaram de ir à escolinha e às aulas de natação, e ainda por cima não podiam ficar com meus pais e nem com meus sogros, porque são pessoas do grupo de risco. Explicar isso para eles foi desgastante e ao mesmo tempo desafiador”, explica a advogada. 

mulher e crianças
Carolina, moradora do Rio de Janeiro, conta que no início foi desesperador porque a rotina deles foi completamente afetada

Todas as crianças neste momento já se depararam com situações que geraram algum tipo de sofrimento ou dor. Há ainda grupos de crianças que estão sendo particularmente afetadas pela pandemia. São aqueles que já apresentam transtornos mentais, deficiências ou outros problemas de saúde, que vivem em pobreza, em situações de moradia precária, em risco de violência, e que estão especialmente mais vulneráveis e isolados socialmente.

Para a professora e pedagoga, Pilar Alves, a escola nesse momento pode ajudar a sanar algumas crises básicas. “Sabemos que o sistema público de educação é precário e que nem todos os alunos têm as mesmas condições de aprendizagem, mas quando pais e professores se unem para promover o bem-estar dos alunos, podemos conseguir bons resultados”. 

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Pilar é professora e pedagoga, e durante a pandemia dá aulas gratuitas online para crianças e jovens que estão com dificuldades no aprendizado

Pilar dá aulas gratuitas online para crianças e jovens que estão com dificuldades no aprendizado e conseguiu comprar um computador novo para um dos seus alunos por meio de uma vaquinha virtual divulgada em suas redes sociais. “Eu quero o melhor para os meus alunos, e se eu puder fazer um pouquinho que seja para ajudá-los já me sinto feliz. Poder contar com o apoio dos pais também me motiva a ir além, acho que esse esforço coletivo é fundamental para um bem comum”, finaliza.

Ainda não é possível estimar a magnitude das mudanças sociais, do impacto econômico, do número de infectados e mortos, do tempo de distanciamento social ou mesmo lockdown, que, juntos, determinarão o estresse a que as crianças estarão expostas. Mas como atenuar as adversidades que decorrem da pandemia? 

Aceitar que adversidades ocorrem e que não é possível controlar a vida é um processo difícil, especialmente para as crianças. No entanto, para ensinar aos filhos que é possível aprender com essas dificuldades, os pais também precisam estar em equilíbrio. “O confinamento tem limitado as ações dos pais e estressado as crianças. Algumas crianças são hiperativas e outras mais apáticas. Na minha opinião, muitas questões psicológicas aparecem no brincar. É desta forma que elas conseguem expressar seus sentimentos e emoções, e se pais e professores estiverem com o olhar atento poderão entender e buscar a melhor maneira de ajudar”, afirma a psicóloga Rosana. 

A verdade é que não existe uma fórmula certa, cada criança é de um jeito e carrega consigo suas próprias questões, individualidades e sentimentos. Nossos comportamentos são gerados por nossos pensamentos, portanto, observe o que a criança está fazendo, esteja atento a todos os sinais que ela dá. É importante lembrar que nesta fase todas as crenças do indivíduo estão sendo construídas, sendo assim, empodere seus filhos! Faça-os acreditar que eles são super-heróis e donos de suas verdades, assim cuidamos de sua autoestima e fazemos com que eles se desenvolvam seguros e preparados diante das adversidades da vida. 

 

Por: Juliana Almeida

 

 

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