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As queridinhas da economia

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 16/10/2020

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Cintia Laport

O LED, sigla de Light Emitter Diodo, é um componente eletrônico semicondutor que faz uso da mesma tecnologia utilizada nos chips dos computadores e que tem como propriedade principal transformar energia elétrica em luz. Surgiu em 1962, obra do engenheiro Nick Holoniak Jr, e foi produzido inicialmente apenas na cor vermelha. Anos mais tarde, apareceram também nas cores verde e amarelo, e eram usados na maioria das vezes como luzes indicadoras em dispositivos.

E deu-se a luz!

A cor azul chegou através de Shuii Nakamura e, graças a essa tecnologia, foi possível obter a tão desejada cor branca – combinação das cores básicas vermelho, verde e azul. O LED branco apareceu através de uma combinação do LED azul com uma camada de fósforo. Hoje, elas passaram de coadjuvantes para protagonistas, já que, de acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Iluminação (Abilux), houve um aumento de 170% (!) na adesão de lâmpadas LED entre os anos de 2013 e 2015 em todo o país. E há quem diga que esse movimento está apenas começando…

As lâmpadas LED vieram para ficar e esse cenário é inegável. Num mundo onde cresce a olhos vistos a preocupação com o meio ambiente e não em menor proporção a busca pela redução de despesas, como, por exemplo, na conta de luz, as pequeninas não fazem feio. “Dentro de um condomínio, onde a iluminação é responsável por quase 80% do valor da conta, investir em produtos que reduzam esse consumo é um ponto forte. Numa residência a iluminação, quando bem-feita, corresponde a 20% (pois geladeira, ar condicionado, chuveiro elétrico e outros pontos de tomada específica consumem muito mais). Já no comercio este percentual pode ter uma boa variação, dependerá de qual segmento pertence. Tudo vai estar relacionado à atividade fim”, explica Ricardo Lopes, que é lighting designer, consultor em projetos de iluminação residencial e comercial, além de professor de arquitetura e Design de Interiores.

Segundo a gerente de produtos da Philips Lighting do Brasil, Esther Pecher, uma lâmpada LED pode oferecer até 90% de resolução no consumo de energia quando comparada a uma incandescente, o que causa um grande impacto na conta de luz. Mas não é só isso. “Outro ponto positivo das lâmpadas LED é sua maior durabilidade, até 25 mil horas, enquanto a antiga incandescente tinha, em média, apenas mil horas de duração. Além disso, todas as lâmpadas LED devem agora ser certificadas pelo Inmetro”, explica. O que isso significa? Além de economia, mais segurança também para o consumidor.

Mas será que você sabe escolher a lâmpada mais adequada à sua necessidade? Esther tem uma dica muito importante: “Boa parte da população ainda encontra dificuldade em escolher a lâmpada certa, confundindo a potência com a capacidade de iluminação da lâmpada. As pessoas acabam escolhendo uma lâmpada de maior watt acreditando que esse é um indicador de “mais luz”, quando, na verdade, é de maior consumo.  A emissão de luz de uma lâmpada é, na verdade, medida em lúmens (lm). Por exemplo, lâmpadas de LED de 9.5w e 1055lm iluminam mais e consomem menos do que uma lâmpada LED de 10w e 800lm. Então, para ver o nível de luminosidade de uma lâmpada LED é preciso pensar em lúmens e não em watts”, orienta.

Eficiência e conforto visual

No Brasil, a Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL estabelece que o fator de potência nas unidades consumidoras deve ser superior a 0,92 capacitivo durante 6 horas da madrugada e 0,92 indutivo durante as outras 18 horas do dia. Esse limite é determinado pelo Artigo nº 95, da Resolução ANEEL nº414, de 09 de setembro de 2010, e quem descumpre está sujeito a uma espécie de multa que leva em conta o fator de potência medido e a energia consumida ao longo de um mês.

Quando se opta a aderir à tecnologia LED, outro ponto de grande importância é a temperatura de cor, indicada em unidades chamadas Kelvin, e seu valor determina se as lâmpadas produzem luz suave (mais amarelas) ou clara (mais brancas). “Assim, lâmpadas com 2700K, por exemplo, são mais amarelas, também chamadas de mais quentes, e as lâmpadas com 6500K são bem brancas, até azuladas, que é considerada uma temperatura de cor mais fria”, explica a gerente de produtos da Philips.

O lighting designer Ricardo Lopes, no entanto, alerta em relação ao conforto visual. “Eu costumo dizer que a saturação de cor da lâmpada LED é onde está um dos segredinhos em um projeto de iluminação. Você pode comprar um lote de lâmpadas com saturação “x” de vermelho e na manutenção não encontrar mais este lote no mercado. Começa, então, o que chamo de colorir os ambientes. A partir daí o condomínio começa a ter variações de cores devido ao lote de fabricação da lâmpada LED, algo não uniforme. Atenção também quanto à intensidade do fluxo luminoso, ou seja, o quanto de luz vai para o ambiente. “Diferente da lâmpada incandescente, onde espalha a luz para todos os lados, a de bulbo LED tem a emissão da luz dirigida em ângulos de 120 graus. Este ângulo, mesmo aberto, pode influenciar na percepção visual do ambiente iluminado e causar desconforto às pessoas que circulam por ele”, acrescenta.

Entender de fato o que se pretende com cada ambiente do condomínio, levando em consideração as suas particularidades em termos de circulação e segurança já são inputs bem contundentes que ajudarão na escolha do melhor produto. Para áreas internas com eventual passagem de pessoas, como hall, por exemplo, o ideal é fazer uso de luminárias LED com sensor de presença. Assim, quando não houver ninguém no ambiente, a luz ficará apagada, economizando ainda mais energia. Já para áreas como salão de festas, brinquedoteca, academia e banheiro, as melhores opções são as lâmpadas LED nas cores que chamamos de branca ou fria, que são capazes de proporcionar uma luz mais clara e dar mais vitalidade ao ambiente. “Em garagens ou áreas comuns, recomenda-se o uso de lâmpadas LED Tube, que proporcionam uma economia de até 60% de energia, ao passo que para áreas externas, como jardins, que necessitam de iluminação constante, indica-se o uso de luminárias em LED com sensor de luz e com resistência à água”, sugere Esther Pecher.

No Condomínio Ilha Pura, um verdadeiro bairro planejado localizado na Barra da Tijuca, a atenção às tendências urbanísticas e a busca pela eficiência foi uma das prerrogativas do projeto. Por conta disso, contratou-se uma consultoria especializada para essa avaliação inicial também na iluminação. “Essa empresa avaliou e projetou tudo, definindo a melhor localização e melhor especificação de produto por ambiente. O resultado foi a instalação de lâmpadas LED em todas as áreas comuns dos sete condomínios do Ilha Pura, salvo as garagens”, explica Thalita de Abreu Ribeiro, integrante da equipe da Incorporadora deste empreendimento.

De olho no bolso

E como deve funcionar a questão entre custo versus benefício? Reza a lenda que lâmpadas LEDs são bem mais caras do que as tradicionais, e de fato são. No entanto, ao passo que o investimento inicial é superior ao uso de outras tecnologias, especialistas apontam que a diferença de valor também se converte em retorno para o consumidor ao longo do tempo por conta da economia de energia e também da não necessidade de reposição com frequência.

Então, para aqueles condomínios com intenções claras de aderir à cultura LED, qual caminho a seguir? Ricardo Lopes sugere que, caso não haja verba para a troca integral de uma só vez, o ideal é ao menos setorizar e estudar qual a área mais utilizada para tentar agir na parte mais crítica. “Se existir um corredor longo, por exemplo, através de um estudo luminotécnico podemos até mesmo diminuir os pontos de luz existentes com o uso desse tipo de lâmpada. A partir daí, recomendaria compras mensais, planejadas”, diz. Esther complementa para o caso de condomínios mais antigos: “neste caso, o ideal é optar pelo retrofit da rede de iluminação, assim, problemas como fuga de energia poderão ser resolvidos, além da substituição de produtos de iluminação que consumiam muita energia por novas tecnologias, como o LED. É essencial que o responsável pelo condomínio procure por uma empresa de confiança para que possa fazer um projeto de retrofit de acordo com as necessidades do prédio e seus moradores”.

Mas se você pensa que, ao instalar essa lâmpada, todos os seus problemas estão resolvidos, engano seu. Toda manutenção é necessária e deve ser realizada a cada, pelo menos, seis meses. Se não tirar o pozinho de cima, o fluxo luminoso cai, e cai bastante. Mas nada que uma simples limpeza não lhe conceda novamente à vida. Definitivamente, a lâmpada do futuro.

LED: as lâmpadas ecológicas

As lâmpadas de LED são totalmente sustentáveis, pois não contêm nenhum elemento poluente ou contaminante, tais como as lâmpadas fluorescentes, diminuindo a quantidade de lixo gerado.

Outro benefício do LED é seu baixo consumo de energia, o que causa, além de economia para o usuário, uma diminuição na necessidade de geração de energia elétrica, reduzindo os impactos ambientais desse processo.

Além disso, o LED não emite calor, o que ajuda até mesmo na diminuição do consumo de energia do ar condicionado que trabalhará menos tempo para climatizar um ambiente.

Mais uma excelente questão é que 98% dos materiais que compõem a lâmpada LED são recicláveis e não há metais pesados, como mercúrio, em sua produção (caso das lâmpadas fluorescentes). Elas são menos agressivas à vista humana e não demoram ao serem acesas novamente, quando são desligadas.

A produção de Luminárias e lâmpadas LED cumprem integralmente as diretrizes de Restrição de Substâncias Perigosas (RoHS) que limita o uso de chumbo, mercúrio e outros materiais perigosos em eletrônicos. Em contraste com lâmpadas fluorescentes e lâmpadas incandescentes que podem liberar gases químicos perigosos quando quebrados, LEDs quebrados não representam nenhum risco particular para as pessoas ao seu redor. LEDs contêm traços de alguns metais diferentes, incluindo o cobre, chumbo, níquel e prata, mas não o suficiente para representar uma ameaça.

Artigos de iluminação LED são produzidos de componentes recicláveis e na maioria dos casos podem ser eliminados de uma forma ambientalmente amigável evitando o aterro sanitário. No Brasil, no entanto, ainda não há um mercado que lucre com a reciclagem de lâmpadas LED. É recomendável procurar a prefeitura de sua cidade ou postos que aceitam lâmpadas comuns para fazer a destinação correta.

Fonte: Sites Ecycle, Ledplanet e Revoled

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