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Bicicletário, uma mão na roda

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 23/03/2014
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Em tempos de trânsito caótico, preço alto da gasolina e consciência ambiental, a bicicleta é uma alternativa de meio de transporte cada vez mais comum nas cidades. Mas, assim como o carro ou a moto, ela precisa de um local adequado para ser guardada. Em São Paulo, desde maio do ano passado os condomínios novos ou reformados são obrigados a contar com um bicicletário. O decreto assinado pelo prefeito Fernando Haddad estabelece normas como um espaço mínimo para o acondicionamento de 1,8 metro de extensão e altura acima de dois metros. No Rio, ainda não há uma legislação específica para essa questão, o que costuma gerar atritos entre condôminos.

De acordo com o advogado Hamilton Quirino, especialista em direito imobiliário, o que vale é o regulamento interno de cada condomínio. “Não havendo área própria, nem convenção ou regulamento disciplinando a guarda de bicicletas, a administração pode sim proibir que elas sejam colocadas na garagem, áreas de lazer ou corredores. Além disso, neste caso a administração não pode ser responsabilizada em caso de furto”, explica o advogado.

Ele ressalta que o ideal, no entanto, é que o tema seja discutido entre os condôminos para se chegar a um consenso. “Pode ser convocada a assembleia geral para tratar do assunto, devendo ser respeitadas suas deliberações, caso não haja previsão na convenção ou no regulamento interno”, diz.

É preciso ter o controle de quem ocupa cada vaga
O bicicletário é um espaço que valoriza o condomínio e facilita a vida dos moradores. Mas, é preciso manter um controle sobre quem o utiliza efetivamente para evitar problemas como o ocorrido no Edificio Lucca Della Robbia, na Barra da Tijuca – administrado pela Apsa. No ano passado, ao perceber que havia muitas bicicletas abandonadas no bicicletário, a síndica, Vitória Ferreira, iniciou um recadastramento. “Colocamos avisos nos quadros e durante 60 dias cada morador recebeu um adesivo com a sua identificação para ser colocado na bicicleta. Após esse período, as não identificadas foram transferidas para um local fechado”, explica.

O espaço abriga 180 bicicletas, mas ainda não há suportes suficiente para todas. Por isso, estão sendo estudadas melhorias para a área que serão discutida na assembleia dos moradores. “Muita coisa já melhorou. Com o novo controle, moradores que guardavam as suas bicicletas no apartamento pela falta organização do bicicletário passaram a deixá-las na área”, diz Vitória.

Ela ressalta que o espaço é mantido fechado com cadeado e monitorado 24 horas por câmeras. Quando o morador quer a sua bicicleta, precisa pegar a chave na portaria. O porteiro mantém um livro em que anota os horários que o morador pegou e devolveu a chave.

Regras pré-estabelecidas evitam transtornos e mal-entendidos
No Edifício Augusto César Cantinho, em Botafogo, o bicicletário fica no subsolo e tem capacidade para 67 bicicletas. O morador que deseja usar o espaço precisa assinar um termo de responsabilidade. A definição sobre quem fica com cada vaga se dá de acordo com a frequência de uso. Esses dados são revistos a cada seis meses por planilhas preenchidas pelos porteiros. Além disso, todas as bicicletas e vagas são identificadas por etiquetas com o número do apartamento do dono.  “A princípio, cada apartamento tem direito a uma vaga. Mas, nem todos os moradores usam e já outros tem mais de uma bicicleta. Por isso, há uma política de distribuição de vagas que privilegia aqueles que efetivamente usam”, afirma a síndica Henriette Krutman.

Ela diz que nem sempre foi assim. As mudanças aconteceram depois que a falta de regras provocou uma série de transtornos parecidos com o caso do Edificio Lucca Della Robbia. “O espaço foi criado como um mero depósito. Em abril de 2009 fizemos um recadastramento das bicicletas e uma reforma completa no espaço, com pintura, nova iluminação e implantação de suportes suspensos e horizontais. O custo foi de cerca de R$ 2 mil’, conta a síndica.

Para evitar que o bicicletário volte a ficar desorganizado, ela diz que é preciso uma política rigorosa.  “O morador que infringir as regras, como posicionar a bicicleta sem crachá ou na vaga alocada a outra pessoa, será notificado e, se persistir, multado de acordo com o regulamento interno e na convenção do condomínio”, finaliza.

Modelos variam de acordo com espaço e usuários
Ao decidir instalar um bicicletário no condomínio, logo surge uma questão: qual o modelo escolher? O Mercado dispõe de diversos tipos de suporte. Cada um destinado a um espaço específico.

De acordo com Adriano Mota, proprietário da Orion Bike – empresa especializada em bicicletários – os modelos mais comuns para condomínios são os de ganchos, que ocupam menos espaços. “Nesse modelo, em dois metros cabem dez bikes. Cada gancho também tem uma argola para passar um cadeado”, afirma Mota.

Outro tipo popular é o de chão. Ele ocupa mais espaço que o gancho, mas é mais fácil para estacionar, principalmente para crianças e idosos. Em cada 1,5 metros cabem cinco bicicletas”.

Os bicicletários são fabricados geralmente em aço carbono. Em áreas litorâneas, é recomendável  fazer a galvanização”, explica o empresário, ressaltando que a instalação pode ser feita em um dia.

O modelo de chão, com cinco vagas, custa em média R$ 250. Já o de gancho, entre R$ 600 (10 vagas) e R$ R$ 1,7 mil (20 vagas), dependendo do tipo.

 

Dicas importantes sobre bicicletários

1 – No Rio de Janeiro, as regras para bicicletários são definidas pelo regimento interno do condomínio.

2 – Não havendo área própria, nem convenção ou regulamento disciplinando a guarda de bicicletas, a administração pode sim proibir que elas sejam colocadas na garagem, áreas de lazer ou corredores.

3 – Para evitar que o bicicletário fique desorganizado e tenha bicicletas abandonadas, o ideal é que cada vaga tenha a identificação do usuário e a frequência de uso seja acompanhada pela administração.

4 – Existem vários modelos de bicicletários, cada uma com as suas vantagens. O de gancho ocupa menos espaço. Já o de chão é mais prático para estacionar.

5 – O modelo de chão, com cinco vagas, custa em média R$ 250. Já o de gancho, entre R$ 600 (10 vagas) e R$ R$ 1,7 mil (20 vagas), dependendo do tipo.

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