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O futuro da segurança condominial

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 25/09/2016
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Gabriel Rosa

Não tem jeito. Para garantir um sono tranquilo é necessário investir em segurança. Nas grandes cidades, é possível encontrar uma câmera em quase todos os prédios. Apenas nas duas maiores cidades brasileiras (Rio e São Paulo), são estimadas mais de um milhão destes olhos eletrônicos. Quase sempre, eles estão acompanhados de alarmes e outros apetrechos que permitem uma vida mais tranquila de quem frequenta aquele espaço.

O avanço tecnológico tem permitido que mecanismos inimagináveis há algumas décadas estejam cada vez mais presentes no nosso dia a dia. Equipamentos que permitem a entrada em determinados locais através de reconhecimento facial podem parecer tecnologia vinda de algum filme de ficção científica. Porém, este tipo de dispositivo já é realidade. E é nesta direção que alguns especialistas apontam caminhar o controle de acesso em condomínios com grande movimentação de pessoas, como os comerciais.

“Acredito que a vigilância eletrônica em prédios comerciais evolui em direção a melhorar as tecnologias de controle de acesso. Atualmente o acesso é biométrico. No futuro, será por reconhecimento facial ou por proximidade da mão, onde basta o condômino chegar perto da catraca para que ela abra” aponta Armando Rocha, diretor-presidente de uma empresa que fornece equipamentos de segurança eletrônica.

A presença de barreiras físicas (como catracas, portas giratórias, cancelas e guaritas), também é importante para elevar os níveis de segurança em edifícios comerciais. Além disso, é necessário realizar cadastro de todos que entram nas instalações, tanto visitantes, quanto prestadores de serviço ou fornecedores. É o que explica Selma Migliori, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Segurança Eletrônica (Abese): “É preciso sempre identificar quem entra e sai do prédio. Além disso, um bloqueio de acesso na entrada porta principal do prédio é essencial para manter um alto nível de controle. Catracas e portas giratórias fazem com que os visitantes parem para se identificar. É vital ter a identificação de todas as pessoas que vão circular internamente”, afirma.

As câmeras também estão ficando mais modernas. Já há no mercado opções que fazem a monitoração em HD, que facilitam a vigilância de porteiros e seguranças. Com melhores resoluções, é possível enxergar mais claramente qualquer ameaça ao patrimônio ou a condôminos.

“Vivemos um período em que o que está presente nos condomínios está envelhecido e precisando de renovação. Já há câmeras com níveis muito maiores de resolução e quantidade de informação, além de sistemas com maior capacidade de armazenamento. Para o cliente final, é tudo muito parecido, mas este tipo de tecnologia faz bastante diferença quando o assunto é segurança”, conta Denise Mury, presidente do Sindicato das Empresas de Segurança Eletrônica do Rio de Janeiro (Siese-RJ) e sócia de uma empresa especializada em segurança eletrônica.

O custo de implantação de um sistema de segurança com este tipo de tecnologia envolve muitas variáveis (tamanho do condomínio, quantidade de câmeras utilizadas, tamanho da área a ser protegida, etc) que fazem com que o valor final do projeto de implementação do serviço tenha muitas oscilações. No entanto, Selma Migliori alerta que é melhor evitar empresas que cobrem muito barato para evitar futuros prejuízos. “Venda de câmera por menos de R$ 1200 não existe”, diz.

O lado humano da coisa
Por mais que se faça investimentos em tecnologias de ponta, o fator humano ainda é de fundamental importância para a segurança de condomínios. Manter equipes bem treinadas e preparadas para agir em casos de emergência é essencial para minimizar os riscos. Outro elo significativo nesta cadeia é a participação dos condôminos.

“Antes de definir quais são as melhores tecnologias para um condomínio, é importante que a administração do prédio crie junto com a empresa que vai fornecer o serviço um regulamento interno de segurança. É preciso estabelecer regras claras de como vai funcionar o acesso de visitantes, encomendas, prestadores de serviço e fornecedores ao prédio, estabelecendo, inclusive, horários que eles podem entrar. Tudo tem que ser aprovado em Assembleia para, aí sim, dar o treinamento aos funcionários sobre o uso das tecnologias”, esclarece Selma Migliori.

A falta de um acordo entre todos os envolvidos pode gerar falhas e colocar todo o sistema em risco. Em muitos casos, hábitos e costumes cultivados durante muito tempo precisam ser abandonados. Esta mudança de paradigma gera certo desconforto que pode até se transformar em conflitos.

“Há de haver consenso na implementação de novos processos. Os moradores precisam dar apoio à administração do prédio. Podemos treinar o porteiro, o zelador, fazer todos os procedimentos que, se um morador chegar e contrariar as regras, acaba todo o processo. Alguns prédios chegam a cancelar implementação porque as pessoas não querem largar os costumes”, conta Denise Mury.

O estabelecimento de normas também é fundamental para evitar o desperdício de tempo e de investimentos. Com um roteiro do que deve ser feito bem escrito e com todos os atores envolvidos sabendo desempenhar seus papéis, a tecnologia empregada aumenta sua capacidade em tornar os ambientes mais seguros.

“Não adianta partir para um projeto com muita tecnologia com pessoas despreparadas para oferecer tudo isso. Quando se conhece a realidade do prédio e se estabelece normas, a tecnologia se transforma em uma grande aliada. Se não fica um monte de equipamento jogado e pessoas sem saber o que fazer. Quando se tem normas, o funcionário cumpre e ponto”, explica Selma Migliori.

Uma nova portaria
Reunir fatores que transmitam segurança aos condôminos é essencial neste tipo de serviço, especialmente na área residencial. Em um nicho com grande potencial de expansão (apenas 15% das residências do país possuem algum tipo de sistema eletrônico de segurança), ser capaz de expor bem o produto aos contratantes torna-se um diferencial.

“A principal dificuldade é reunir parceiros que atendam de forma rápida, precisa e clara. Isto é fundamental para fazer os condôminos entenderem o investimento. Se não tivermos um parceiro para explicar como funciona o produto, jamais vamos fazer com que o morador entenda o valor agregado daquele serviço. Ele vai olhar apenas o preço”, comenta Rafael Leiva, concierge de um condomínio na Barra da Tijuca, que está instalando controle de acesso através de biometria.

Outra mudança que promete alterar a dinâmica de um condomínio tem a ver com a figura do porteiro. Amado por uns e odiado por outros, a presença física deste profissional tende a desaparecer dos edifícios. A portaria remota (ou portaria virtual) deve chegar em breve com força ao mercado. Neste novo modelo de interação, o funcionário é deslocado para uma central, bem longe da entrada do condomínio. De lá, tem acesso a tudo o que acontece no seu antigo posto de trabalho através de câmeras em HD, alarmes e um software que analisa todos os dados de segurança da construção.

“Para o morador, é muito simples. Se ele chegou a pé, ele entra através da biometria ou através de um tag em um chaveiro. De carro, ele tem controle e aperta. Assim que aperta, o portão abre e fica tudo registrado. Já os visitantes precisam apertar o porteiro eletrônico e esta ligação é enviada automaticamente para a central de monitoramento. Chega a ligação e a imagem juntos. Da central, a gente interfona para o apartamento e pedimos a liberação da entrada do visitante” explica Igor França, sócio de uma empresa especializada neste tipo de serviço.

O novo sistema também permite que os moradores possuem artimanhas para avisar as centrais de monitoramento caso estejam sendo ameaçados. Por exemplo, se um morador chegar com alguém armado atrás, basta mudar o dedo que normalmente utiliza para ter acesso ao condomínio. Em outra situação, um residente chega rendido dentro do carro. Ao invés de apertar o botão do controle da garagem apenas uma vez, basta mantê-lo pressionado por alguns segundos. Em ambos os casos, o acesso ao prédio é liberado, no entanto, um alarme é acionado na central e o funcionário aciona a polícia no mesmo momento.

O custo de implantação deste tipo de serviço varia entre R$ 25 mil e R$ 30 mil e a mensalidade média varia entre R$ 7 mil e R$ 8 mil. O alto investimento inicial é superado pela economia a longo prazo. Pelo menos é o que aponta Igor.

“O maior gasto de um condomínio está na sua portaria. Para ter quatro porteiros (escala de 12h por 36h), um condomínio gasta em média por mês entre 14 e 15 mil reais. O produto gera uma redução de até 50% no maior custo mensal. Além disso, qualquer coisa que deixe a portaria desguarnecida e que não consigamos suprir remotamente, enviamos uma pessoa na hora para abastecer a portaria. Tudo previsto em contrato. A previsão é que no máximo em 30 minutos alguém esteja no local”, aponta.

Mercado em alta
Com crescimento médio de 9% nos últimos cinco anos, o setor de segurança eletrônica movimentou R$ 5,6 bilhões somente em 2016. Em todo o país, 22 mil empresas estão envolvidas neste segmento (apenas no Rio são 3 mil), gerando 220 mil empregos diretos e cerca de 2 milhões de vagas indiretas. A região Sudeste concentra 40% dos investimentos, seguida pela região Sul (22%), Nordeste (17%), Centro-Oeste (16%) e Norte (5%).

Apesar dos grandes valores envolvidos, o mercado ainda não possui ordenamento jurídico. O projeto de lei 1759/2007, de autoria de Michel Temer (da época em que ainda presidia a Câmara dos Deputados), circula no Congresso desde 2007.

Como escolher a melhor empresa
A presidente da Abese, Selma Migliori, também dá algumas orientações na hora de escolher a melhor empresa para implantar um esquema de segurança no seu condomínio. “É importante o consumidor buscar no site da Abese (www.abese.org.br) a classificação do selo de qualidade Abese. Também temos um guia do consumidor final, onde ele pode ver todos os passos para garantir e saber exatamente o que ele está comprando”, afirma.

 
Dicas para contratar uma empresa de segurança
– Saiba diferenciar: é fundamental não confundir empresa especializada em sistemas eletrônicos de segurança com empresa de vigilância. A primeira tem responsabilidade de proteger patrimônios, valores e pessoas por meio de elaboração de projeto, instalação e manutenção dos sistemas eletrônicos de segurança e fazer o monitoramento 24 horas por dia, sete dias por semana, dos locais onde esses recursos tecnológicos foram instalados. A segunda tem responsabilidade de proteger patrimônio, valores e pessoas por meio de vigilante armado ou desarmado;

– Procure informações: a empresa deve fornecer referências de clientes já atendidos por ela no mesmo ramo de atividade que o de sua empresa;

– Pesquise o passado: consulte a idoneidade financeira da empresa e seu histórico;

– Vida pós-instalação: certifique-se que a empresa garante a procedência dos equipamentos e os serviços de pós-venda como manutenção preventiva e corretiva;

– Busque expertise: também é importante procurar empresas que possuam certificações de qualidade de processos, produtos e serviços reconhecidos pelo mercado.

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