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Um trabalho que vai muito além da portaria

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 10/09/2012

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Ele abre a porta para você, guarda a sua correspondência, sabe quem entra e quem sai do seu condomínio, conhece todos por nome, e é sempre o primeiro a dar um educado “bom dia” pela manhã. O porteiro tem uma importância única para o edifício. Além de manter um bom relacionamento com os vizinhos, sempre atento para resolver aqueles probleminhas de todo prédio, ele é o responsável em autorizar a entrada e saída de qualquer pessoa. Por estes e outros motivos, tornou-se essencial investir no treinamento e na capacitação de porteiros, zeladores e funcionários de condomínio. Além de ter os cursos obrigatórios, um porteiro bem treinado pode fazer toda a diferença diante de uma situação de risco, como uma tentativa de assalto, ou ainda num caso mais simples, como uma briga de vizinhos.

O Secovi Rio é uma das instituições que capacita porteiros. Hoje, o grande destaque da grade de cursos são as oficinas livres, nas quais os porteiros podem aprimorar os seus conhecimentos. Dayse Pissurno, gestora do Centro de Capacitação do Secovi, conta que desde 2004, as oficinas tiveram mais de 18 mil participantes e que, atualmente, as aulas mais disputadas são as que tratam de relações interpessoais e conflitos entre condôminos: “o Secovi fez duas pesquisas, em diferentes momentos, para identificar o maior problema dos condomínios. Nas duas questões, o resultado foi o conflito entre condôminos. Temos um workshop em parceria com o Senac que se chama Qualidade nos Serviços de Portaria. De longe, é o mais disputado. O curso aborda a comunicação entre porteiro e síndico e entre porteiro e condôminos, a ética na profissão, as rotinas da portaria… É um ensino comportamental, mas que faz uma diferença enorme no cotidiano de trabalho”, explica ela.

Segundo o Secovi Rio, as aulas do curso de manutenção predial também estão sempre lotadas. Ministradas por um engenheiro da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro, elas mostram aos porteiros como reconhecer pequenas panes, situações de emergência e perigos prediais, como rachaduras. “Além das aulas teóricas, os alunos também saem na rua para identificar problemas de marquises, quedas de reboco, e situações que eles poderão vivenciar em algum momento no próprio edifício”, conta Dayse, que completa: “frequentemente, nós promovemos palestras e cursos livres aqui na sede do Centro de Capacitação, e qualquer pessoa pode acompanhar tudo ao vivo pelo nosso site. É mais uma forma de transmitir conhecimentos. E os internautas podem participar à distância, enviando dúvidas e discutindo os temas”, afima Dayse. Entre agosto e dezembro do ano passado, cinco eventos foram vistos por 325 pessoas.

Segurança é unanimidade
Apesar da importância das boas relações entre condôminos e de saber identificar problemas de manutenção, o tema segurança é, hoje, uma prioridade para quase todos os condomínios. Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), e divulgada em julho, aponta que, em dez anos, a segurança privada cresceu 74% no Brasil. O brasileiro gasta quase R$ 40 bilhões anuais com seguro e contratação de trabalhadores da área. Neste orçamento, também se encaixam os treinamentos para porteiros, que são bancados pelo próprio condomínio.

“Eu costumo dizer aos porteiros que qualquer tipo de informação é válida para aprimorar os conhecimentos. Neste caso, o treinamento para a segurança é fundamental. Ter um porteiro treinado deixa os moradores mais seguros. Sinto que depois de fazer o curso, o porteiro também fica muito mais atento e responsável. Para o condomínio, é um investimento que não tem preço, afinal, não há dinheiro que pague a nossa segurança”, declara Ângela Montenegro, sub-síndica do Condomínio Lagoa Azul, localizado em Copacabana.

Em duas pesquisas realizadas por institutos de segurança no Brasil, os assaltantes à residência afirmaram que preferem agir em prédios com porteiros a prédios sem porteiros. O funcionário que deveria estabelecer a primeira linha de proteção, muitas vezes, pode ser tornar o facilitador de acesso do bandido. A chave para evitar que isto ocorra é o treinamento.

Especialista em segurança, o ex-policial militar e ex-comandante do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Rodrigo Pimentel, compartilha da mesma opinião: “Vale muito a pena investir na qualificação e no treinamento do porteiro. Deve-se ensinar ao zelador e ao morador regras simples de segurança. A maioria dos assaltos às residências sempre acontecem com a conivência de alguém. O bandido não pode forçar a entrada no prédio. Ele vai ficar no local por cerca de uma hora para recolher os pertences. Se ele forçar a entrada, ele chama a atenção e alguém chama a polícia. Portanto, o assaltante precisa entrar no prédio sem ser percebido e com um porteiro bem treinado, isso pode ser evitado.”

A Polícia Militar do Rio de Janeiro também costuma ministrar cursos específicos para porteiros que abordam a segurança no prédio. A PM afirma que, nas áreas onde o treinamento é feito, o índice de roubos caiu consideravelmente. Dividido em aulas teóricas e práticas, o workshop também promove simulações de roubos com pessoas disfarçadas de entregadores de pizza, por exemplo. Há ainda amostras do procedimento correto: se o morador não está, nada de permitir a entrada.

Edvanílson de Araújo Ramos trabalha há 13 anos como porteiro do Lagoa Azul. Durante este tempo, já fez dois cursos, com duração de dois meses cada: “os cursos me ajudaram em muitas coisas. Acredito que a principal função das formações é prevenir. Na verdade, a gente aprende a evitar que as situações de risco aconteçam. Depois que fiz o curso, meu rendimento no trabalho melhorou bastante e sempre oriento os companheiros que ainda não fizeram a procurar”, relata.

Idosos também se beneficiam
“Os melhores amigos dos idosos são os porteiros”. A frase é de Antônio Manuel Filho, porteiro há 10 anos do Condomínio Bagdá, em Copacabana. O profissional conta que, no prédio, há uma quantidade muito grande de idosos, assim como em todo o bairro. Para se ter uma ideia, o último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) revelou que de cada 10 habitantes de Copacabana, 3,3 tem mais de 60 anos. Por isso, além de fazer cursos sobre manutenção predial, Antônio Manuel se especializou no tratamento de idosos com o programa “Porteiro Amigo do Idoso”, promovido desde 2006 pela Bradesco Seguros em parceria com o Senac-Rio.

O conteúdo das aulas de aperfeiçoamento dos porteiros no atendimento aos idosos foi desenvolvido pelo Senac, com a orientação do Dr. Alexandre Kalache. O objetivo é envolver os porteiros numa reflexão sobre como é ser idoso e sobre a importância do trabalho deles para melhorar a qualidade de vida da população de terceira idade que vive em condomínios. O curso oferece informações e instrumentos práticos para tornar os porteiros ainda mais atentos sobre a segurança e o bem-estar dos moradores idosos. Afinal, porteiros são um dos mais importantes aliados do idoso no cotidiano. Eles os auxiliam a entrar em casa e a vencer obstáculos como escadas e portas pesadas. “Depois que fiz o curso, passei a recomendar aos meus amigos. Eu achei tão importante que pedi para o síndico matricular os outros funcionários. O curso me deu mais segurança no trabalho e agora eu me sinto mais capacitado para lidar com os moradores”, diz o porteiro Antônio Manuel.

O síndico do Condomínio Bagdá, José Fernando Gothelf, afirma que depois dos treinamentos, eles ficam muito mais atentos ao que acontece dentro do condomínio. “O síndico não está 24 horas no prédio. Ele só tem comunicação através dos porteiros. Um zelador qualificado é um grande diferencial. Eles precisam estar preparados para lidar com os idosos no cotidiano e ajudá-los em situações de risco. Muitos moram sozinhos, por isso, muitos dizem que os porteiros são os melhores amigos deles” explica o síndico, ressaltando ainda que a relação entre morador e porteiro, muitas vezes, vai além dos papéis de empregado e empregador. “Em alguns casos, os porteiros tornam-se verdadeiros amigos e membros da família, principalmente quando se trata de pessoas da terceira idade. Alguns idosos são muito sozinhos e os porteiros são boas companhias.”

Um exemplo a ser seguido
O gaúcho Gasperi da Costa é porteiro-chefe do Condomínio João Ernesto, em Ipanema, há 15 anos. Durante todo este tempo ele já fez pelo menos 16 cursos de especialização na profissão. O primeiro foi o da Polícia Militar, em 2001, e o mais recente foi um workshop promovido pela APSA este ano com Rodrigo Pimentel, o ex-comandante do Bope. Após os cursos, ele transmite os ensinamentos para os outros 13 porteiros que trabalham no condomínio. Mais do que isso, almejando um cargo administrativo no próprio prédio, ele decidiu fazer faculdade de administração e, atualmente, cursa o último período na Ulbra – Universidade Luterana do Brasil.

“Além do trabalho na portaria, eu também cuido da administração dos três prédios que compõem o condomínio, dois residenciais e um comercial. Contrato as empresas prestadoras de serviços, escolho profissionais, organizo licitações de obras, cuido da manutenção… Independentemente da área em que você atua, a especialização sempre vem para somar na vida profissional e pessoal. Eu sempre falo isso para os meninos que trabalham aqui: quando vocês tiverem uma oportunidade de se aperfeiçoar, aproveitem”, conta ele, que também já treina um outro porteiro para assumir as suas atividades, descentralizando as responsabilidades dos prédios.

De todos os cursos já feitos – e ele faz questão de guardar com muito cuidado todos os diplomas e certificados -, Gasperi considera o que trata das relações interpessoais o mais utilizado no cotidiano da profissão: “Nem sempre é dada a importância devida para o trabalho na portaria, mas ter jogo de cintura e saber lidar com as situações mais inusitadas é uma das regras para ser um bom profissional”, explica ele, que também é o representante do prédio para fazer o curso da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). De acordo com a lei, todo condomínio que possui menos de 50 funcionários precisa que pelo menos um deles receba o treinamento anualmente – leia mais no box

Orgulhoso de seu funcionário, o síndico Paulo Doin faz questão de matricular não só Gasperi, mas também os outros porteiros do Condomínio João Ernesto em diferentes áreas de qualificação. “Os porteiros tem um contato muito mais próximo com o prédio do que o próprio síndico. Capacitação é fundamental”, explica. Paulo comenta ainda que, há poucos meses, implantou um sistema de coleta seletiva no prédio. E são os porteiros que acompanham a empresa que terceiriza este serviço. “Depositamos muita confiança neles, e portanto, investir em formação é fundamental para o bom andamento do trabalho no condomínio.”

Novas especializações
Além dos cursos já citados, há algumas novidades que despertam o interesse de porteiros e síndicos, como por exemplo, o curso de Chefe de Portaria e a oficina de limpeza predial ecossustentável e econômica, ambos oferecidos pelo Secovi-Rio. Neste último, as aulas ensinam a realizar a limpeza diária de condomínios, sem prejudicar o meio ambiente e a saúde do trabalhador e de moradores, de forma sustentável e econômica.

De forma geral, todos os cursos tem duração de12 a40 horas. No entanto, já existem especializações de até 120 horas para profissionais que trabalham em condomínios. No Secovi-Rio, por exemplo, há um curso de extensão em parceria com a Universidade Presbiteriana Mackenzie. Portanto, o que não faltam no mercado são opções para valorizar o currículo de um profissional que, muitas vezes, passa despercebido aos nossos olhos, mas que é essencial na vida de qualquer síndico ou condômino.

 

 Alguns dos cursos para porteiros

> QUALIDADE NOS SERVIÇOS DE PORTARIA – As aulas desenvolvem atribuições e responsabilidades do exercício diário da função. São abordadas rotinas operacionais como relatório de registro, comunicação, higiene, ética e trabalho em equipe.

> SEGURANÇA PREDIAL PARA CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS E COMERCIAIS – É abordado o aperfeiçoamento das ações para a redução de vulnerabilidades na segurança dos condomínios.

> MANUTENÇÃO PREDIAL – A oficina desenvolve a capacidade de identificar problemas relativos à manutenção e orienta na busca de soluções, como identificar e sanar pequenas panes elétricas com segurança e aperfeiçoar o uso racional e seguro de energia elétrica.

> PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO PARA PROFISSIONAIS DE CONDOMÍNIOS – O curso expõe elementos preventivos e de primeira resposta para a contenção de princípios de incêndio.

> LIMPEZA PREDIAL ECOSSUSTENTÁVEL E ECONÔMICA – Ajuda no trabalho de limpeza para que o profissional economize e efetue seu trabalho sem agredir ao meio ambiente.

> CHEFE DE PORTARIA – Desenvolve habilidades e atitudes para motivar e liderar grupos, com eficácia.

 

APSA ministra Treinamento em CIPA

Sindicos APSA contam agora com um exclusivo Treinamento para Designado em CIPA, destinado a todos os seus funcionários de condomínio. Através do curso, o profissional receberá informações que o ajudarão na prevenção de acidentes de trabalho, lembrando que este treinamento atende a Norma Regulamentadora nº. 5 e é obrigatório a todos os condomínios que possuem de1 a50 funcionários. Ele deve ser feito anualmente, e o seu descumprimento é passível de multas de mais de R$ 6 mil.

Ter um profissional bem informado ajuda na redução do número de acidentes de trabalho, já que ele terá como identificar os riscos e se antecipar às ações dentro do condomínio. Sem falar que contribui para a satisfação e a qualidade de vida dos próprios empregados.

A duração do curso é de 20 horas, e o aluno recebe material didático, almoço, lanche e certificado de participação no final, com validade de 1 ano. As inscrições podem ser feitas diretamente com os Gerentes de Contas de Condomínios da APSA, ou então pela Central de Atendimento: (21) 3233-3006.

Texto: Mario Camelo

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