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Vida sustentável: por onde começar ?

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 24/05/2021
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Sustentabilidade não é luxo. É necessidade. Segundo o Panorama Ambiental Global, da ONU, se nada for feito para frear a poluição do ar, da água, do solo e da biodiversidade, o mundo poderá viver uma catástrofe ambiental já em 2050. O relatório, publicado em 2019, prevê que 3,7 bilhões de pessoas viverão em extrema pobreza como consequência do problema ambiental.

Apesar do cenário, o Brasil ocupa apenas a 55ª posição da lista ranking de nações mais sustentáveis, segundo o Environmental Performance Index, índice desenvolvido pelas Universidades de Yale e Columbia que mede o desempenho ambiental de 180 países. 

Embora o país ainda tenha um longo caminho a trilhar, a pauta da Sustentabilidade ganha cada vez mais espaço nas casas, empresas e condomínios brasileiros. Muita gente já entendeu que, além de permitir um maior cuidado com o meio ambiente, as práticas sustentáveis geram economia real e impactam diretamente na qualidade de vida da coletividade.  

Para saber por onde começar, a Revista Síndico Cidade & Serviços entrevistou o jornalista Henrique Cortez. Especializado em Gerenciamento de Riscos Ambientais, Cortez criou em 2005 o EcoDebate, um portal online que tem o objetivo de democratizar o acesso aos debates sobre meio ambiente e sustentabilidade. Vem com a gente!

homem falando ao microfone
Segundo Henrique Cortez, uma forma de os condomínios começarem a adotar medidas mais sustentáveis pode ser através da coleta de óleo de cozinha

Revista Síndico: É possível pensar em casas e condomínios sustentáveis mesmo o Brasil ainda não sendo um país completamente “verde”?

Henrique Cortez: De fato, a pauta ambiental ainda é insuficiente, mas o conhecimento por parte da sociedade já aumentou muito, mudando comportamentos e atitudes. Quando se fala de sustentabilidade, fala-se, na realidade, de incontáveis pequenas ações que, em conjunto, possuem grandes impactos positivos no meio ambiente e na economia.

 

Revista Síndico: Por que um condomínio ou uma casa deve ser sustentável? 

Henrique Cortez: Vivemos em um mundo finito e usar infinitamente os recursos naturais já não é viável. Não temos um Planeta B. Por outro lado, ações sustentáveis podem melhorar a qualidade de vida, ao mesmo tempo em que podem reduzir custos.

 

Revista Síndico: O consumo de água é um dos maiores gastos de um condomínio, podendo representar, em alguns casos, até 15% do total de despesas. Como é possível reduzir essa conta?

Henrique Cortez: No caso de um condomínio, a instalação de medidores individuais é a primeira e mais relevante ação para reduzir o consumo de água. Além disso, a instalação de sistemas de coleta e aproveitamento de água de chuva também reduzem a conta de água condominial.

 

Revista Síndico: Mas, geralmente, projetos de reuso de água envolvem obras, contratação de fornecedores e, consequentemente, investimentos muito altos. Isso pode desanimar alguns gestores condominiais. Existem formas mais simples de reúso de água?  

Henrique Cortez: É preciso avaliar o investimento em relação à redução de custos ao longo do tempo. Estes cálculos permitem orientar qual é a melhor decisão. Pode-se fazer coleta e aproveitamento de água de chuva, tanto em condomínios como em residências de forma relativamente simples e a baixo custo. Por meio de uma cisterna, por exemplo, que pode ser uma caixa d’ água de PVC.

 

Revista Síndico: Além de lâmpadas de led e da instalação de sensores de presença em halls e áreas comuns, que outras medidas o condomínio pode adotar para maior eficiência energética?

Henrique Cortez: Pode-se adicionar outras pequenas ações, como lâmpadas solares em jardins. Um fator importante na iluminação é a pintura e isto raramente é lembrado. Por exemplo, nas garagens subterrâneas, a pintura do teto na cor branca possui um grande impacto positivo no aumento da luminosidade, sem precisar de mais luz artificial. Isto também vale para corredores e áreas comuns.

 

Revista Síndico:  Um dos projetos sustentáveis mais úteis para se implantar em unidades residenciais é o de gestão de resíduos sólidos. Para os menos familiarizados com as pautas ambientais, isso pode parecer complexo. Por onde se pode começar?

Henrique Cortez: A coleta seletiva é importante e necessária, e sua implementação em condomínios e residências não é complicada. Uma forma de começar, por exemplo, é com a coleta de óleo de cozinha. Ela não apenas elimina o óleo nos recursos hídricos, mas também reduz a manutenção das tubulações e das caixas de gordura, tanto em condomínios como em residências. 

 

Revista Síndico: O aspecto social da Sustentabilidade também é importante. Que medidas sustentáveis podem ser adotadas no condomínio com foco na melhor qualidade de vida e interação da coletividade?

Henrique Cortez: Isto varia de acordo com a área disponível nos condomínios e residências. Mas existem muitas alternativas, como as calçadas verdes, as hortas domésticas ou pequenos pomares. Já existem árvores frutíferas adaptadas para plantio em vasos, que podem ser usadas em jardins condominiais ou residenciais.

 

Revista Síndico: Vamos supor que o leitor desta matéria queira começar hoje mesmo a ser mais sustentável, o que é possível fazer? 

Henrique Cortez: O primeiro passo é querer. Cada pessoa, cada família pode e deve avaliar o que pode fazer para reduzir a sua pegada ecológica. O consumo responsável e sustentável é chave para isto, assim como a redução do consumo de descartáveis.

 

Revista Síndico: O combate ao desperdício e a busca por práticas mais ecoeficentes passam pelo envolvimento ativo da comunidade. Nesse sentido, quais são suas dicas para conscientização de condôminos, familiares e vizinhos?

Henrique Cortez: A comunicação clara e direta é a chave. Em certa medida, o conceito de educação ambiental também se aplica nos condomínios e nas residências. Quanto mais informadas estão as pessoas, mais conscientes elas são. Isto vale para tudo na vida. A consciência crítica da realidade passa, necessariamente, pelo conhecimento.

Por: Aline Duraes

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