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A digitalização da saúde em meio à pandemia e o futuro do mercado

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 29/09/2021

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digitalização e a transformação digital são processos vistos em praticamente todos os mercados, principalmente após a pandemia. Mas um setor que já oferecia soluções virtuais e que viu seus adeptos aumentarem bastante durante o período de isolamento foi o da saúde.

O atendimento à distância, também chamado de telemedicina, ainda estava em discussão no país, mas com as necessidades de distanciamento, passou a ser permitido para aqueles que desejassem se atender a distância, respeitando regras e especialidades permitidas. Com isso, reacendeu-se a discussão sobre a digitalização da saúde e maneiras de tornar processos mais seguros, ágeis e eficazes para os pacientes e profissionais.

Digitalização da saúde na pandemia

A necessidade de isolamento exigida pela pandemia e o crescimento da preocupação com a saúde fizeram com que o setor de healthtech ganhasse ainda mais força. Se antes as empresas de tecnologia buscavam implementar melhorias na integração de sistemas, puderam explorar de fato o atendimento à distância, algo que ainda caminhava em muitos locais, inclusive no Brasil.

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A digitalização da saúde em meio à pandemia e o futuro do mercado

Sharecare, empresa especializada em serviços e soluções para a área de saúde, é um exemplo disso. Hoje é considerada uma das principais healthtech do Brasil, mas para Nicolas Toth, CEO da empresa, o processo de digitalização da saúde ainda está em seu início.

“Essa foi a primeira onda do movimento de digitalização, tirou do papel algo que já estava represado há um tempo. Já haviam iniciativas para isso, mas ganharam força com a pandemia. Mas ainda é um início”, diz.

Segundo Nicolas Toth, esse primeiro momento da digitalização já trouxe alguns pontos positivos, como tornar o cuidado com a saúde algo mais conveniente para o paciente. Isso ainda contribui com outra questão importante: o acesso a atendimento médico. “Acredito que para essa primeira ‘onda’, esses foram os principais ganhos. A longo prazo, isso pode mudar muita coisa, inclusive o comportamento do paciente com o cuidado com a saúde”, afirma.

Os próximos passos estão relacionados não apenas à possibilidade de atendimento facilitado, mas também ao sistema como um todo, promovendo mais integração entre profissionais e diferentes sistemas. “Acredito que o objetivo ao digitalizar esse setor é tornar o cuidado com a saúde, como um todo, mais fácil para as pessoas. Assim, se ele tem um aplicativo que organiza suas consultas, seus exames, indica profissionais por perto ou até dá dicas diárias, já vai tornar esse processo mais fácil”, explica.

E se antes faltava aceitação por parte das pessoas em realizar algum atendimento de maneira online, a pandemia ajudou a mudar esse paradigma. Hoje, sessões de terapia, aulas de pilates, treinos em casa e muitas outras ações tornaram-se comuns, sendo que Sharecare percebeu essa aceitação maior também em sua base de clientes e pacientes.

“Acreditamos que muitas pessoas vão continuar fazendo muitas dessas atividades à distância, da mesma forma que outras vão desejar voltar ao que era antes. Então, há um espaço para a digitalização”, explica o CEO da empresa.

Benefícios a longo prazo

O caminho a ser trilhado pela digitalização da saúde é ambicioso. Segundo Nicolas Toth, a digitalização da saúde não é apenas sobre oferecer um atendimento facilitado e, assim, cada healthtech oferecer um serviço diferente disso a longo prazo. Ele vê a digitalização da saúde com potencial para benefícios amplos, que podem contribuir com toda a sociedade.

“Quando se pensa em digitalização, é preciso pensar nisso como estrutura e em maneiras de, inclusive, mudar a maneira como se pensa a saúde hoje no Brasil. Aqui, não se pensa na prevenção e, sim, no tratamento depois do problema instalado”, explica o profissional. Na visão dele e de acordo com os dados da Sharecare, isso contribui para que o sistema de saúde, de maneira geral, fique sobrecarregado com casos que poderiam ser cuidados antes, gerando mais custo para o hospital e a sociedade como um todo.

Para Nicolas Toth, isso também é um reflexo da desigualdade brasileira. “No geral, pessoas que têm menos recursos acabam tendo também menos acesso à informação, e menos ainda sobre saúde. Evidentemente, isso leva as pessoas a não se darem conta de como seus hábitos podem influenciar sua saúde, podendo sofrer de problemas como obesidade, diabetes, hipertensão e muitos outros”, explica.

Nesse ponto, a digitalização da saúde pode trazer uma contribuição: facilitar o acesso a atendimento de qualidade pode aumentar o cuidado com a saúde e o bem-estar de maneira geral. Segundo CEO da Sharecare, “não olhar para isso contribui com o aumento dessa desigualdade, pois essa pessoa com menos recursos acaba também tendo problemas mais sérios de saúde, tendo mais dificuldades em outros âmbitos da vida”.

Saúde como ativo e mudança de paradigmas

A partir dessa ideia, Nicolas Toth acredita que um ponto importante dessa transformação digital é o entendimento da saúde como um bem, como um ativo na sociedade. Para ele, quando as pessoas entenderem a importância do cuidado com a saúde, a sociedade como um todo verá uma mudança de paradigma.

“Com a digitalização nós temos a possibilidade de mudar o conceito que temos de saúde, que é um dos maiores ativos que podemos ter. Tornar esse processo mais simples pode mudar isso, hoje pensamos na saúde como doença, mas é preciso pensar como cuidado”, diz.

Mesmo com esse potencial, o CEO da Sharecare salienta que a digitalização não veio para acabar com o formato que conhecemos, apenas para dar uma opção a mais, pensando em pessoas que querem aproveitar os benefícios disso.

“A telemedicina não resolve tudo, não é pra todas as situações ou especializadas, mas ela pode ajudar em muitas outras. O consultório não vai acabar, assim como o livro digital não acabou com o físico, vamos ter um mercado amplo, com várias opções. Tudo vai depender da jornada do paciente, já que ele vai utilizar aquilo que vai agregar algo para a vida dele”, afirma.

 

Fonte: Consumidor Moderno

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