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Carsharing: locomoção mais democrática e sustentável

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 11/07/2022
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Foi-se o tempo em que uma pessoa para ter a liberdade de dirigir um veículo para onde quiser precise ser dona do carro ou alugá-lo por pelo menos um dia numa locadora tradicional. O carsharing, uma modalidade já amplamente difundida em países da Europa e nos Estados Unidos, vem crescendo no Brasil e abrindo novas possibilidades de mobilidade. Nela, o cliente pode usar um carro de uma empresa e pagará apenas pelo tempo de utilização. 

De acordo com Guilherme Rajzman, empresário do segmento, atualmente há três modelos predominantes de carsharing no mundo. Um deles é o free-floating (flutuante), em que o cliente pega o carro e, após utilizá-lo, pode estacioná-lo em qualquer local dentro de uma determinada extensão urbana. É o mesmo sistema do aluguel de patinetes em grandes cidades. 

Outro modelo é o estacionário, em que a pessoa pega o veículo numa estação específica e, ao fim do uso, também precisa devolvê-lo num posto predeterminado. Além desses, existe o modelo Peer-to-peer (de pessoa para pessoa), em que proprietários disponibilizam os seus veículos próprios numa plataforma para que pessoas os aluguem por períodos específicos. 

Rajzman é cofundador e CEO da Wali, empresa de carsharing que entrou em atividade no início de 2021, no Rio de Janeiro, com foco em condomínios residenciais de alta densidade. Nela, o morador pega o veículo numa estação, presente dentro do condomínio, de um hotel ou em centros comerciais, e ao final precisa devolvê-lo no mesmo local. O valor pago será pelo tempo de uso, já com o combustível incluído. 

“A empresa surgiu visando o problema de que as pessoas estavam deixando de comprar um carro, por conta dos valores cada vez mais altos. E isso já ocorria muito antes da pandemia. Já é uma tendência muito forte nos Estados Unidos e na Europa a questão do compartilhamento de veículos para gerar maior eficiência do capital. Segundo dados, pessoas compram um carro, arcam com todas as despesas, e deixam ele parado em média por 95% do tempo. É um absurdo”, comenta o CEO da Wali.

Ele explica o funcionamento do negócio: “Nós não somos uma locadora, somos uma plataforma. Não temos os veículos e nem sublocamos. Nós usamos veículos de locadoras pequenas, que não estão conseguindo competir com as grandes do mercado, e operacionalizamos a sua frota. A gente oferece toda a parte de gestão, tecnologia e distribuição para o cliente final. Nós somos uma espécie de Ifood da mobilidade. E a partir dos próximos meses, estamos nos tornando multimodal. Ou seja, as pessoas não terão mais só acesso aos carros, vão ter também scooters, bicicletas elétricas…”. 

Em agosto, a empresa começa a operar em Florianópolis. Também já há planos de expansão para São Paulo, Belo Horizonte e Porto Alegre. “Acredito que para o setor avançar ainda mais no país, é fundamental estreitar o relacionamento com órgãos governamentais, que estão olhando cada vez com mais bons olhos para essa solução. Ela ajuda a aliviar o número de veículos nas ruas e é ecológico. Além disso, é preciso fazer com que as pessoas entendam e saibam que essa é uma possibilidade mais fácil do que muita gente pensa”. 

De acordo com as estatísticas da empresa, os usuários mais frequentes atualmente são pessoas acima dos 50 anos. “Mas, claro, há os jovens de 25 que usam para ir para a universidade ou senhor de 75 que aluga para viajar”, completa. 

 

Negócio sustentável 

Outra empresa do ramo em atividade no Rio de Janeiro é a Velo-City, que está operando há cerca de um ano e meio. Atualmente, ela possui 12 carros ativos na plataforma e a ideia é chegar em dezembro com o dobro. Além disso, acaba de iniciar uma operação com veículos elétricos, com uma base na Marina da Glória. 

“O carsharing está totalmente ligado à questão da eletrificação da frota no país. Por conta dos altos valores e até mesmo dos hábitos de consumo, ter um carro elétrico ainda é algo fora de questão para muitas pessoas. Eu não vejo outra forma de massificar os carros elétricos no Brasil a não ser via às locadoras, grandes frotistas e o carsharing”, comenta Daniel Bittencourt, cofundador da Velo-City

 

Ele diz que, como o negócio ainda é relativamente novo no país, as empresas em operação têm um grande desafio pela frente: “Não temos um modelo a seguir. Somos pioneiros e estamos criando tudo do zero. As pessoas ainda precisam saber que existe o carsharing para se convencerem de que podem usá-lo. Além disso, existe uma tendência de o governo não reconhecer os novos sistemas de transporte como parte da política de mobilidade. Até hoje, os planos de mobilidade consideram ônibus, metrô, barca e, às vezes, o táxi. Os governantes fecham os olhos para outros tipos de mobilidade, como bicicletas e patinetes. E isso precisa acontecer. Existe um estudo americano que diz que cada carro de carsharing circulando tira outros 14 carros de proprietários únicos da rua”. 

Daniel revela que a maior parte dos clientes da empresa é de pessoas entre 30 e 50 anos de idade, o que foi uma surpresa: “Quando a gente iniciou o projeto, apostava no público mais jovem, até porque essas pessoas costumam assimilar melhor o conceito de compartilhamento, de que você consome as coisas, mas não precisa ter a posse delas. No entanto, estamos tendo também uma grande adesão dessa faixa etária mais madura. São pessoas que já tiveram carro e hoje optaram pelo carsharing”, afirma. 

 

Empresas tradicionais também apostam no segmento 

Empresas conhecidas do mercado também estão apostando no carsharing. Uma dessas iniciativas é a Kinto, da Toyota. Ela foi lançada em 2020 por aqui, com seu primeiro serviço, o Kinto Share, de compartilhamento e aluguel de veículos por hora, dias e até um mês. Atualmente, além desse, oferece outros dois serviços: o Kinto One Fleet, de gestão de frotas corporativas, e Kinto One Personal, de assinatura de veículos de longo prazo para pessoas físicas.

De acordo com a empresa, o lançamento destas soluções faz parte da estratégia da Toyota em sua transformação para se tornar uma empresa provedora de mobilidade, conveniente, inteligente e confiável para os clientes. E, com essas soluções disponíveis, ela já é a montadora com o maior portfólio de mobilidade no País. 

“Hoje, contamos com 104 concessionárias de todo o Brasil ofertando os serviços de mobilidade da Kinto. Até o final de 2022, pretendemos atingir 100% da rede Toyota. Temos como prioridade oferecer soluções de mobilidade convenientes, inteligentes e confiáveis. E queremos ser o parceiro ideal de mobilidade dos nossos clientes”, informou à empresa, por meio de sua assessoria de imprensa, para a Revista Síndico. 

Segundo a análise da empresa, as demandas de mobilidade seguem em franco crescimento no país e em toda a região da América Latina. “E exatamente com isso em mente, recentemente anunciamos a integração do Kinto Share entre países da América Latina e Caribe, iniciativa pioneira no mercado. Com isso, os clientes podem contratar os modelos Toyota e Lexus disponíveis no portfólio de outros países de sua escolha e destino de viagem, como Argentina, Chile, Peru, Bolívia, Uruguai e Panamá, o que garante ainda mais comodidade e facilidade, tudo isso via o aplicativo”. 

 

Caronas também podem ser compartilhadas

Além do compartilhamento de veículos em si, outro serviço que ganha adeptos em diversas partes do mundo é o de plataformas que oferecem vagas em carros de terceiros para determinados trajetos. Numa plataforma, o usuário pode oferecer uma vaga no seu carro por determinado preço ou buscar a oferta de uma carona para o destino que planeje ir. 

De acordo com a BlaBlaCar, a maior plataforma do segmento no mundo, o Brasil está entre os três maiores mercados em que ela atua. “Em maio, foram 1,7 milhão de assentos oferecidos, 100 mil a mais que o recorde anterior, em abril, e maior número desde a chegada da empresa ao País, em 2015”. Para acelerar a expansão do mercado de caronas e marketplace de passagens rodoviárias no Brasil, a empresa recebeu, recentemente, um aporte da International Finance Corporation (IFC), braço do setor privado do Grupo Banco Mundial, no valor de US$ 15 milhões (aproximadamente R$ 72 milhões). 

“No cenário atual, de alta generalizada de preços, incluindo o dos combustíveis, a BlaBlaCar se mostra grande aliada dos brasileiros que querem dividir os custos de uma viagem. No primeiro trimestre, registramos uma média de 250 mil novos membros por mês. Também fomos pioneiros quando começamos a vender passagens de ônibus, no final de 2020, pois aumentamos as opções oferecidas ao usuário, que, no momento de escolher o modal para uma viagem intermunicipal, pode decidir entre carona e ônibus. Além disso, investimos continuamente no aprimoramento da plataforma, para deixá-la cada vez mais segura e amigável, e atrair pessoas que, porventura, ainda não conheçam todas as vantagens e os benefícios de viajar com a BlaBlaCar”, informou a empresa por meio de sua assessoria. 

Por: Gabriel Menezes

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