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Aluguel de imóveis comerciais em alta?

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 07/12/2022

Group of people working out business plan in an office
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O último relatório do Índice FipeZAP+, que calcula mensalmente o preço de imóveis residenciais e comerciais das principais capitais do país, mostrou que os preços de venda de salas e conjuntos comerciais de até 200 metros quadrados se mantiveram praticamente estáveis em setembro deste ano (0,04%), em relação ao mês anterior. Já os preços de locação do segmento avançaram, no geral, 0,37% em setembro de 2022, registrando alta em todas as localidades monitoradas pelo índice: Salvador (1,99%), Campinas (0,66%), Porto Alegre (0,63%), Florianópolis (0,49%), São Paulo (0,37%), Curitiba (0,33%), Niterói (0,11%), Rio de Janeiro (0,05%), Brasília (0,02%) e Belo Horizonte (0,01%). 

Os números acendem um alerta no segmento: estamos diante de uma possível retomada do setor? Em São Paulo, os dados são ainda mais animadores. Segundo o Secovi-SP, o Sindicato da Habitação, o mercado de escritórios no estado registrou, no terceiro trimestre deste ano, um volume de novas locações em linha com patamares pré-pandemia. O crescimento foi de 15,4% em relação à média trimestral contabilizada desde o início da pandemia, e de 9,1% comparado ao segundo trimestre de 2022. 

Flavio Olimpio, Gerente de Negócios de Locação da Apsa, afirma que ainda é cedo para dizer que há uma retomada, de fato, mas tudo indica que, a partir de 2023, existam tendências de alta para o setor.

“De acordo com o Relatório de Inteligência Imobiliária da Apsa, no caso do Rio de Janeiro, na Zona Sul, vimos uma melhora nas unidades comerciais. Posso até citar que grandes empresas que tinham adotado o home office de vez, estão retomando. Algumas até perderam os espaços que tinham antes, como por exemplo a XP, de São Paulo. Isso melhora um pouco os números do mercado. Assim, acreditamos que, em 2023, possamos apresentar um cenário melhor”, afirma.

Durante os primeiros anos da pandemia, se especulou muito sobre o aluguel de salas comerciais. Algumas empresas diziam que não retornariam ao presencial, outras que cortariam custos com o home office, deixando de alugar salas para sempre. Mas o que temos visto é um movimento contrário a essa previsão, com a procura cada vez maior de empresas por retornar ao trabalho presencial.

“Houve uma pequena mudança, principalmente nas companhias que estavam com espaços ‘inchados’ e aproveitaram para reduzi-los, e nos profissionais da área comercial, tais como tecnologia e marketing, que suas prestações de serviços podem ser mensuradas. Já os  demais tipos de trabalho, quando muito, reduziram parte da jornada ou voltaram 100% presencial, necessitando assim, dos espaços existentes”, afirma José Roberto Graiche Junior, presidente da AABIC – A Associação das Administradoras de Bens Imóveis e Condomínios de São  Paulo (AABIC).

A opinião é compartilhada por Léa Saab Faggion, Gerente de Vendas da OMA. “As locações de conjuntos comerciais vêm sendo retomadas, sim. Geralmente os imóveis são um pouco menores que antes, pois muitas empresas estão utilizando a forma híbrida de trabalho, fazendo um revezamento interno de seus funcionários. O aumento no valor da locação é uma consequência da lei da oferta e da procura. No início do ano, os condomínios comerciais estavam com uma vacância muito grande. Agora, chegando ao final do ano, a vacância é mínima. Já para a venda de conjuntos comerciais, vemos uma movimentação no mercado de pequenos conjuntos, até 40/50m2. Para conjuntos maiores ou lajes comerciais, a locação é dominante no setor”, diz.

Para Flávio Olímpio, o retorno ao trabalho presencial é fundamental para impulsionar a economia, afinal, quando um funcionário vai trabalhar, ele movimenta diversos setores como alimentação e transporte. Outro movimento destacado pelo especialista, e que pode estar impulsionando o aluguel deste tipo de unidade, é o crescimento dos prédios mistos em grandes centros urbanos. Os apartamentos estilo studio já são tendência absoluta em São Paulo e começam a chegar com força no Rio de Janeiro, por exemplo, impulsionados por programas de revitalização como o Porto Maravilha.

Mas e como ficará o aluguel de imóveis comerciais em 2023? No geral, os especialistas veem com bons olhos o segmento no ano que vem.

“Com base nos números do relatório Inteligência Imobiliária, da Apsa, acredito que o aumento do comercial ainda seja tímido, mas já conseguimos ver uma crescente. Claro, vai depender muito da região. Há bairros no Rio de Janeiro, como por exemplo Ipanema e Leblon, em que existem filas de empresas querendo alugar”, cita.

Léa Saab Faggion pondera que, antes de investir, é preciso ver como a economia irá se comportar ano que vem, após a troca de governo e da equipe econômica. 

Já para o presidente da AABIC, José Roberto Graiche Junior, ainda é cedo para fazer uma previsão exata. “Se a economia vier na mesma toada que vinha nos últimos meses, pode ser que sim. Como resultado haverá uma procura maior por locação comercial, mas se  a curva da economia se inverter e os índices de emprego forem desfavoráveis, com certeza haverá uma retração no mercado”, diz.

Para ele, é preciso ser cuidadoso antes de investir: “É importante observar o tipo de imóvel, local onde se encontra e taxa de ocupação média, para poder investir em determinada mercadoria. O déficit habitacional e o potencial econômico do Brasil são grandes. As pesquisas apontam que o imóvel e a rentabilidade do aluguel vêm valorizando acima da inflação nos últimos 15 anos”. 

Ele lembra ainda que o primeiro setor que reflete o termômetro econômico brasileiro e o seu crescimento, sempre é o da construção civil. “E consequentemente o da locação de imóveis. Portanto, sempre é bom acompanhar as perspectivas existentes para uma tomada adequada de decisões”, conclui.

 

Por: Mario Camelo

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