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Meu Condomínio é uma bagunça e a culpa é minha!

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 16/02/2024
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Com base na minha experiência consolidada em gestão condominial, na qual atuo diretamente com síndicos e outros agentes condominiais, como Conselheiros Fiscais, Fornecedores de Serviços, Condôminos, Inquilinos e moradores em geral, observo uma tendência comum de responsabilizar exclusivamente o síndico pela desordem presente em muitos condomínios.

Antes de emitir minha opinião sobre o assunto, é relevante ressaltar que, conforme delineado no Código Civil, especialmente no capítulo referente aos Condomínios Edilícios, estes consistem em edificações que conjugam partes de propriedades exclusivas e partes de propriedade comum dos condôminos. Neste artigo e nos demais que serão escritos para esta coluna, daremos prioridade aos espaços de propriedade comum compartilhados pelos condôminos e moradores, às relações pessoais e às dicas e tendências de gestão condominial.

Quando iniciei minha trajetória profissional no mercado condominial, há dezoito anos, em uma empresa familiar fundada por meu pai há mais de quatro décadas e meia, deparei-me com uma cultura marcada pela informalidade, onde muitas questões eram resolvidas através do “jeitinho brasileiro”, buscando adaptar-se e solucionar demandas com o menor custo possível. Embora tenha notado melhorias ao longo do tempo, com um maior interesse das partes envolvidas em capacitar-se, agir conforme a legislação vigente e aprimorar suas práticas, ainda identifico a necessidade premente de aprimoramento nos métodos de gestão condominial. Não há mais espaço para síndicos amadores, e quando menciono isso, não estou sugerindo a contratação de síndicos profissionais externos ao quadro de condôminos, mas sim a escolha de gestores capacitados e munidos de um adequado suporte.

Entretanto, e quanto à culpa insinuada no título deste artigo, até que ponto ela recai sobre mim, um simples condômino sem ocupar nenhum cargo eletivo? Ao afirmar que nem sempre a responsabilidade é exclusiva do síndico, costumo provocar reflexões nos moradores do condomínio: 1) Quando foi a última vez que participou de uma assembleia condominial? 2) Você está ciente das competências do síndico eleito? 3) Recorre apenas ao síndico para resolver questões pessoais? 4) Analisou o último balancete ou relatório financeiro do condomínio? 5) Qual é a sua contribuição para promover melhorias no condomínio?

É inegável que o síndico detém a responsabilidade legal de representar o condomínio e geri-lo de forma competente, mas será ele o único culpado quando este se encontra em estado de desordem? Em minha perspectiva, embora o síndico possa ser considerado o principal responsável, não deve ser o único alvo de críticas, sendo que os problemas mais graves geralmente emergem devido à falta de acompanhamento e interesse por parte dos condôminos.

Algumas sugestões podem ser destacadas: Familiarize-se com as normas do condomínio e exija que o síndico as cumpra integralmente. Participe ativamente das assembleias. Mantenha-se atualizado sobre a situação financeira do condomínio e assegure-se de que o síndico esteja em conformidade com as definições orçamentárias aprovadas em assembleia. Aborde eventuais questões de forma respeitosa e construtiva, engajando-se não apenas em demandas pessoais, mas também nas decisões que impactam coletivamente. Reconheça e valorize as ações positivas do síndico em prol do condomínio. E, em casos de má gestão, esteja ciente das ferramentas legais disponíveis, seja para convocação de assembleias através da solicitação de 1/4 dos condôminos, ou para medidas mais extremas, como a destituição do síndico.

Em conclusão, o estado de desorganização em um condomínio é um desafio que demanda a participação ativa e responsável de todos os envolvidos. Embora o síndico assuma um papel central na administração do condomínio, é injusto atribuir-lhe toda a responsabilidade pelos problemas enfrentados. Os condôminos têm um papel fundamental em contribuir para um ambiente condominial mais harmonioso e bem gerido.

É imprescindível que os moradores se envolvam nas decisões, acompanhem de perto as questões financeiras e operacionais do condomínio, e estejam dispostos a cooperar com a administração em busca de soluções eficazes. Somente com o comprometimento conjunto de síndico e condôminos será possível promover melhorias significativas e alcançar uma convivência condominial mais satisfatória para todos.

Assim, encorajo cada condômino a refletir sobre seu papel e contribuição para o bem-estar e a ordem do condomínio. Ao trabalharmos juntos, poderemos transformar desafios em oportunidades e construir um ambiente condominial mais unido, organizado e próspero para todos os seus membros.

 

Por: Carlos Dantas, Sócio Diretor da Garden Administração

 

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