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Delas para elas!

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 09/03/2022

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Cresce no mercado a prestação de serviços de manutenção e reparos residenciais executados exclusivamente por mulheres para mulheres. A iniciativa é considerada uma oportunidade de negócio para algumas empreendedoras que, muitas vezes, já tiveram que lidar também com algum tipo de situação ligada à importunação sexual enquanto clientes. Os números, infelizmente, confirmam a preocupação – segundo dados divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2021, a cada 10 minutos uma mulher passou por um episódio de assédio no primeiro semestre.

A ideia de segmentar um serviço com foco no gênero do cliente não é novidade. Exemplo disso é o Lady Driver e o BabyPass, ambos aplicativos de transporte que funcionam apenas com motoristas mulheres atendendo outras passageiras. Caso similar aos do 99Mulher, da 99, e ao U-Elas, da Uber, que disponibilizam um recurso para que as motoristas recebam apenas corridas de outras mulheres.

Em 2015, surgiu a Mana – Mulher Conserta para Mulher, uma empresa de manutenção residencial, em São Paulo. Começou com mão de obra exclusivamente feminina, mas com a ampliação dos seus serviços para o público LGBTQIA+, agora conta são 5 “manas” e 1 “mano”. Os serviços oferecidos vão desde a parte elétrica, como troca de fiação, resistência de chuveiro, disjuntores; hidráulica, como válvulas de descarga, torneiras, ralos e sifões; além de pintura e soluções em drywall. Instalações gerais, como montagem e desmontagem de móveis, troca de fechaduras, cortinas, instalação de prateleiras e varal de teto também fazem parte do escopo da Mana. 

Segundo Katherine Pavloski, uma das líderes da empresa, a ideia surgiu a partir do episódio de assédio de um entregador de gás dentro da casa da sua sócia. De lá pra cá, ela conta que aos poucos foi conquistando a clientela com muita transparência e cordialidade. “Uma situação bacana hoje é quando elas vão para os seus serviços e nos deixam em casa trabalhando com segurança”, diz. Mas nem tudo são flores… A desconfiança masculina, segundo Katherine, ainda é bem comum. “Alguns maridos perguntam – ‘ah, mas vocês conseguem consertar?’ – duvidando da gente. Ou quando vamos em uma loja de material de construção e os vendedores nos perguntam se a gente sabe mesmo para que serve isso ou se não é melhor chamar um profissional”, destaca. 

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Katherine, da Mana Conserta, conta que a ideia de criar a empresa surgiu quando sua sócia passou por uma situação de assédio dentro de casa, por um entregador de gás

Hoje, além de todo o atendimento nas residências, a Mana ainda se dedica em compartilhar o seu conhecimento com outras manas através de cursos. Afinal, o foco da empresa é justamente o empoderamento das mulheres. “São duas frentes. Uma é destinada à profissionalização, pois queremos multiplicar a quantidade de mulheres com interesse na área e fomentar a sua participação no mercado da construção civil. E a segunda é no estilo DIY, ou melhor, ‘Faça você mesma’, onde o objetivo é mostrar que tudo isso não é um bicho de 7 cabeças e nem coisa de ‘macho’. Fazer com que elas saibam arrumar suas casas com as próprias mãos gera nelas mais confiança e a certeza de que a mulher pode fazer e ser o que ela quiser”, finaliza.

Ainda em São Paulo, a gente encontra os serviços de pintura especializada da Silvana Caúmo. Segundo a profissional, tudo começou de forma despretensiosa, em 2012, quando precisou resolver a pintura da sua própria casa. Foi em busca de conhecimento sobre técnicas e produtos, e em pouco tempo iniciou o negócio e foi ampliando a sua clientela. “Após eu pintar minha casa, uma amiga viu, gostou e pediu para eu pintar a casa dela também. Mesmo trabalhando como auxiliar administrativo e fazendo faculdade à noite, eu aceitei pintar nos finais de semana. Com isso foram surgindo outras pessoas interessadas, a empresa me demitiu e eu continuei pintando”, explica. 

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Ao lado da filha Beatriz, Silvana faz questão de manter a prestação de um serviço 100% feminino

Nesses 10 anos de atuação como profissional da pintura, o perfil dos clientes não mudou. Segundo ela, 95% da clientela é formada por mulheres, que chegam através de indicações, e os outros 5% por homens ou demais pessoas que a conhecem através das redes sociais. “As mulheres realmente se sentem mais seguras e confortáveis com a presença feminina dentro das suas casas. No final, viramos amigas e passamos a ser a única opção considerada para a prestação deste tipo de serviço”, comemora. Outra empresa que é comandada por uma mulher poderosa em serviços de reparos é a Ela Repara, de Manutenção Residencial. A atuação é praticada no Rio de Janeiro, Niterói e Região Serrana, e os serviços também são bastante variados – instalação de luminárias, chuveiros, cortinas, varais, móveis e marcenaria em geral, pintura, além de projetos especiais sob demanda.  Ísis Pioneli, formada em Mecânica Industrial, começou tudo isso sozinha quando, na época, diz ter passado por algumas situações difíceis de machismo dentro do ambiente corporativo. Hoje, a Ela Repara tem agenda cheia e se dedica exclusivamente ao atendimento de mulheres e idosos.

Dicas para você, mulher, que também quer colocar a mão na massa!

A empresa Entre Minas, além de prestar trabalhos de reparo residencial e marcenaria, realiza oficinas sobre diferentes assuntos ligados à manutenção com o objetivo de fortalecer a autonomia das mulheres. Vale a pena acompanhar o perfil e ficar de olho na agenda dos cursos. 

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A Entre Minas, além de oferecer serviços diversificados em manutenção residencial, promove oficinas para ensinar outras mulheres

Outra opção é a Se Vira, Mulher!, que surgiu em 2017, com o propósito de oferecer exclusivamente às mulheres mini-cursos de manutenção residencial e automotiva básica. Além disso, para quem acessar seu site oficial é possível indicar ou contratar os serviços de uma profissional mulher em diversas atividades – https://www.seviramulher.com/contrate-mulheres 

Por: Cintia Laport

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