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Síndicos adotam soluções diversificadas para alagamentos e inundações nos prédios

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 25/10/2022

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O Brasil é um país com climas diversificados e em cada região geográfica há vários fatores que interferem diretamente nas temperaturas encontradas. A extensão territorial e as massas de ar são os dois principais agentes que atuam incisivamente tanto na temperatura quanto na pluviosidade, ocasionando diferenças climáticas. 
No Rio de Janeiro, com o clima tropical de altitude, quente e úmido, as estações do ano não são bem delimitadas e é muito comum que sol, frio e chuvas sejam frequentes em qualquer época do ano. Isso sem falar da influência da massa de ar tropical atlântica, que também provoca chuvas intensas de verão, marcando a estação como a mais chuvosa, compreendida entre os meses de dezembro a abril. 
Há ainda o adensamento urbano, através da construção de mais prédios comerciais e residenciais, impactando sobre o lençol freático da cidade. O resultado são chuvas fortes, acréscimos dos níveis das águas e muitos alagamentos em todas as áreas, afetando inclusive os condomínios, principalmente suas garagens, já que na maior parte das edificações estas são construídas abaixo do nível da rua. 
A solução adotada pelos síndicos para retirar a água pluvial das garagens alagadas e canalizá-la para a rede externa, são as instalações de bombas de sucção, equipamento usado exatamente para esta função: transferir líquidos de um lugar para outro. 
O método de utilização de bombas de sucção faz parte da rotina do prédio localizado no bairro do Jardim Botânico, Zona Sul da cidade carioca, administrado pela advogada e síndica Lúcia Viana de Oliveira. Ela explica que o edifício, composto de cinco pavimentos, sofreu muito com os alagamentos, provocando inclusive prejuízo material. “Em um dia de chuva fortíssima a água invadiu a portaria do prédio e danificou o mobiliário, o sofá e as mesas ficaram encharcados de água e tivemos que jogar fora os objetos”, conta.
Depois desse episódio, Lúcia decidiu, com a aprovação dos moradores, adquirir e instalar duas bombas de sucção para o escoamento das águas. “Foi a única maneira de eliminar o constante problema, porque no subterrâneo do edifício existe uma espécie de “mina de pedras” com água brotando do subsolo e invadindo as superfícies, que somada às águas das chuvas, inunda todo o local”, explica. Ela também diz que no bairro há algumas cachoeiras que desaguam em lençóis freáticos subterrâneos, outro fator agravante.
A síndica ressalta que a compra de duas bombas é uma decisão importante. “É fundamental, porque se ocorrer qualquer imprevisto com um dos equipamentos acionamos o outro e não corremos o risco de sofrer alagamento”, justifica, alertando ainda para a necessidade de manutenção constante das máquinas, evitando falhas mecânicas.  
No prédio em que reside no bairro de Botafogo, também na Zona Sul, a síndica relata que adotaram outra opção para dar fim aos alagamentos na garagem. “Contratamos um bombeiro de confiança e especializado e trocamos toda a tubulação de água pluvial da garagem até a saída da rua, colocando tubos de PVC com espessura maior para escoar rapidamente o líquido acumulado”, declara.  
O síndico Marcelo Telles Ribeiro, que administra um prédio na Lagoa, no Rio de Janeiro, concorda com Lúcia e reforça a necessidade de haver duas bombas de drenagem, ligadas em paralelo, funcionando de modo alternado e com acionamento automático. “A utilização de duas bombas é uma solução técnica para os alagamentos e a correta manutenção traz segurança no uso desses instrumentos. Por isso, tenho contrato com uma empresa para mantê-las conservadas e assim quando há algum reparo de emergência somos atendidos rapidamente”, contribui.   
Mas nem sempre foi assim, conta Marcelo. Ele diz que já enfrentou um sério alagamento na garagem da edificação construída abaixo do nível da Lagoa Rodrigo de Freitas, próxima do prédio. “A água da chuva inundou a garagem, por sorte não alcançou um grande volume e não entrou nos veículos estacionados no local, já que o acúmulo da água não ultrapassou as rodas dos carros”, diz. E completa: “o prejuízo seria enorme caso os automóveis ficassem danificados, porque o seguro condominial não cobre tal sinistro”.
Telles Ribeiro tem outro episódio de “enchente” no qual teve que administrar como síndico: a inundação da laje superior de um prédio. A água da chuva alagou o espaço, de quatro por seis metros quadrados, alcançou dez centímetros de altura, transbordou e escorreu para dentro do prisma do edifício. Segundo o síndico, o ocorrido foi por falta de limpeza dos ralos e das calhas no topo do edifício. “Um detalhe simples, que poderia ter ocasionado um grande dano financeiro ao condomínio, porque se a água atinge os elevadores e queima ou propicia um curto nas placas eletrônicas o custo do reparo seria incalculável”, conta aliviado.  
Em relação ao gasto de energia com a utilização do maquinário para a expulsão das águas, Telles afirma que o custo benefício compensa e não onera a conta de eletricidade do edifício e nem impacta no valor do condomínio. 
Em outro condomínio localizado em Botafogo, região muito vulnerável a inundações, o sistema é totalmente diferente, afirma Marcelo Ribeiro. “O prédio localizado no nível da rua utiliza comportas para proteção contra a força das águas. É uma medida simples, uma barreira, sendo, muitas vezes, a única solução viável”, esclarece. 
As bombas são aliadas e uma forma preventiva de alagamentos, mas existem outras medidas simples e eficazes a serem adotadas pelos síndicos, como, por exemplo, limpar os ralos, grelhas, calhas nos subsolos, no térreo, coberturas e o topo do prédio, assim como também fazer a higienização da tubulação de água de chuva e caixas de esgoto, e drenos nos jardins. 

 

Por: Verônica Mondarto
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