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Emergência em condomínios

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 15/09/2023
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Group of diverse people in cpr training class
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Você já parou para pensar se saberia agir num caso de emergência dentro do seu condomínio? Essa é uma questão que muitos moradores e síndicos desconhecem ou ignoram. No entanto, saber os procedimentos básicos pode fazer a diferença entre a vida e a morte de alguém. E muito além de uma questão de empatia e prevenção, estar em dia com o tema é uma obrigação legal. 

De acordo com a advogada Adriana Vieira do Amaral, a Norma Reguladora n°5, do Ministério do Trabalho, exige que os condomínios ofereçam um curso de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) para pelo menos um funcionário.

“Os administradores devem seguir as regras de segurança, inclusive treinando seus empregados, sejam eles contratados diretamente ou terceirizados. Caso haja negligência do condomínio na prestação de primeiros socorros em uma emergência, ele poderá ser responsabilizado por danos tanto na esfera civil quanto na criminal, sujeito a multas”, explica a especialista.

Ela acrescenta que os condomínios devem, ainda, cumprir as determinações da NR-23 do Ministério do Trabalho, que trata da proteção do empregado contra incêndio. Isso inclui treinar seus empregados, sejam eles próprios ou terceirizados, e observar as regras de segurança.

Além disso, é exigido que o condomínio tenha o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros), um documento emitido pelo Corpo de Bombeiros que atesta que o condomínio cumpriu todas as exigências previstas na legislação. O AVCB tem validade de 1 a 5 anos. “Também é importante instituir uma brigada de incêndio, com treinamento dos seus membros (colaboradores e condôminos) para que tomem as providências imediatas em caso de incêndio até a chegada dos Bombeiros”.

 

Ideia é agir da forma correta até a chegada do socorro

Com uma experiência de mais de 17 anos no mercado, o Grupomed Brasil é uma das empresas que oferecem treinamento na área. De acordo com Carlos Fernandes, gerente comercial, para os condomínios administrados pela APSA, por exemplo, os cursos são realizados a cada dois meses. O conteúdo inclui tópicos como noções de combate a princípios de incêndio, uso de equipamentos de proteção individual (EPI), prevenção do assédio sexual e outras formas de violência no ambiente de trabalho. No que se refere aos primeiros socorros, o foco está em situações específicas de condomínios e seus moradores.

“O treinamento tem duração de um dia e é válido por dois anos. As aulas contam com vídeos explicativos que ilustram diferentes situações. Também usamos um boneco em tamanho real e um em tamanho de bebê, feitos de silicone, para praticar massagem cardiorrespiratória. Ao final, fornecemos dois certificados: um para o condomínio e outro para o funcionário”, explica.

Ele enfatiza que o objetivo do curso não é transformar ninguém em auxiliar de enfermagem ou enfermeiro. É uma capacitação para que, em situações de emergência, a pessoa saiba como tomar decisões acertadas num curto período e aguardar atendimento especializado.

“Nunca sabemos quando precisaremos usar o conhecimento adquirido no treinamento. No entanto, só a ideia de que alguém no condomínio possui essa capacitação traz uma sensação de segurança. Lembrando que nossa população está envelhecendo, e é cada vez mais comum que idosos vivam sozinhos”, salienta o especialista. 

Ao longo dos cursos, Fernandes compartilha que se deparou com diversas situações em que os primeiros socorros foram cruciais. Um porteiro, por exemplo, relatou ter ajudado um morador com epilepsia que estava tendo uma convulsão. Ele seguiu os procedimentos aprendidos no treinamento, colocando a pessoa de lado e aguardando a crise passar.

Outro funcionário de um condomínio foi chamado às pressas a uma área de recreação, onde um churrasco estava acontecendo. Ele encontrou alguém engasgado com comida e realizou a manobra correta, solucionando a situação. “Também ouvimos um relato em que um porteiro agiu quando uma criança se cortou, contendo o sangramento e esperando pelos pais levarem a criança ao hospital. Ela precisou de pontos, mas não houve complicações maiores”, compartilha.

Fernandes avalia que os síndicos estão cada vez mais conscientes da importância de treinamentos desse tipo para os seus funcionários. “É crucial entender que isso não se trata apenas de cumprir normas, mas sim de ter pessoas preparadas e habilitadas para agir quando necessário”, conclui.

Juntamente com os primeiros socorros, é essencial que o socorro seja acionado com rapidez nestes momentos de emergência. Para isso, deve-se ligar para o Samu pelo telefone 192. A ligação é gratuita, para telefones fixo e móvel. Os técnicos do atendimento telefônico que identificam a emergência e coletam as primeiras informações sobre as vítimas e sua localização.

Em seguida, de acordo com informações do Ministério da Saúde, as chamadas são remetidas ao Médico Regulador, que presta orientações de socorro às vítimas e aciona as ambulâncias quando necessário. “As ambulâncias do SAMU 192 são distribuídas estrategicamente, de modo a otimizar o tempo-resposta entre os chamados da população e o encaminhamento aos serviços hospitalares de referência”, informa o Ministério. 

 

Por: Gabriel Menezes

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