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Um protagonista na transformação social

Por Cidades e Serviços
Última atualização: 09/03/2023

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Com a proximidade da celebração do Dia do Síndico, em 23 de abril, gestores falam sobre os novos desafios e responsabilidades do cargo; data é uma homenagem ao fundador da APSA.

Há 39 anos o Rio de Janeiro celebra o Dia do Síndico em 23 de abril. A data — a primeira do Brasil neste sentido — surgiu com a lei nº 817, sancionada pelo então governador Leonel Brizola, e é uma homenagem ao fundador da APSA, Carlos Henrique Schneider, que morreu naquele ano e foi uma figura essencial para a evolução do mercado imobiliário brasileiro. O segmento, aliás, seguiu em ampla transformação de lá para cá e o próprio cargo de síndico ganhou novas nuances e responsabilidades. 

Com mais de 35 anos de experiência na área, em condomínios residenciais e mistos, o síndico profissional Luciano de Freitas Miranda viu de perto todas essas mudanças. Ele conta que, assim como muitas pessoas da área, decidiu entrar no ramo movido inicialmente pela indignação com a má gestão de pessoas que se aproveitavam do cargo para benefício próprio. 

“Na época, pouco se falava em gestão profissionalizada. Hoje vivemos outra realidade e a sindicância se tornou uma profissão com deveres e obrigações bem definidas. Os condôminos demandam qualidade na gestão, transparência, eficiência e uma boa governança para proteger seu patrimônio e interesses. Isso nos obriga a buscar atualização profissional a todo momento”, salienta o profissional, que atualmente é responsável pela gestão de quatro condomínios em São Paulo, que totalizam mais de 1.100 unidades e cerca de 400 funcionários. 

Ele comenta que, como responsável civil e criminal pelo empreendimento, o síndico tem a obrigação de cuidar dos aspectos legais, que sofrem constantes mudanças, assim como zelar pelo patrimônio, mantendo as instalações bem conservadas e com manutenção em dia e, sempre que possível, com equipamentos e recursos atualizados. 

É fundamental ainda, aponta, preservar a harmonia dentro do condomínio, evitando que conflitos entre vizinhos e funcionários tomem grandes proporções. “Entendo que o diferencial na carreira de síndico é conseguir agradar, objetivamente, o maior número de condôminos possível, dentro dos limites da convenção e das normas. Além disso, sempre buscar a economia sem perder a qualidade dos serviços, e incutir na cultura dos funcionários que o condomínio é o cliente deles e deve ser tratado com toda a deferência”, afirma Luciano.

Com relação às principais demandas na atualidade, ele diz: “Todos estão carentes e muito atentos à segurança. Além disso, há uma atenção com relação ao bom atendimento por parte dos funcionários, em especial da portaria e da limpeza. Não menos importante está a economia, ou seja, o respeito com o dinheiro do condômino. Creio que seguindo essas poucas regras, o profissional terá muito serviço e grandes chances de sucesso nessa tão importante carreira”.

 

Novas tecnologias trouxeram facilidades e complexidades 

Ao mesmo tempo em que facilita e torna mais eficiente muitos processos do dia a dia, a evolução tecnológica também cria novas responsabilidades. Para o síndico não é diferente e, por conta disso, hoje ele precisa se preocupar com questões que não eram importantes no passado. “Temos novas responsabilidades relacionadas à gestão de informações e sistemas de segurança. Por exemplo, muitos condomínios hoje em dia contam com sistemas de controle de acesso por biometria ou cartão, que precisam ser gerenciados pelo síndico”, explica o síndico profissional Gerardo Majella Rocha de Assis, que tem 26 anos de experiência. 

Outra questão que se torna cada vez mais urgente é a sustentabilidade. O síndico precisa estar atento a questões como o gerenciamento de resíduos, a implementação de sistemas de energia renovável e a conscientização dos moradores sobre práticas sustentáveis. “O síndico precisa estar atualizado e preparado para enfrentar essas mudanças e desempenhar suas funções de forma eficiente”. 

Fora isso, comenta Gerardo, o gestor tem desde sempre um papel fundamental na manutenção da harmonia dentro dos condomínios, sejam eles residenciais ou comerciais. “O síndico é a figura mais importante neste sentido, uma vez que é responsável por gerenciar as questões cotidianas, solucionar conflitos e garantir o cumprimento das regras e normas estabelecidas. Um síndico bem preparado e dedicado pode fazer uma grande diferença na qualidade de vida dos moradores e funcionários para a convivência em sociedade”, diz.

Na visão dele, a pessoa precisa, ainda, ter habilidades de gestão, liderança e comunicação, além de conhecimentos em áreas como finanças, legislação e manutenção de edifícios. “É importante lembrar que o cargo de síndico exige muita dedicação, responsabilidade e transparência, mas também pode ser muito gratificante, pois contribui para uma convivência mais harmoniosa e segura entre os moradores do condomínio”.

O profissional ressalta que a experiência de ser síndico pode ser gratificante, mas também muito desafiadora. É uma função que requer habilidades de liderança, gerenciamento de tempo e de comunicação, bem como uma compreensão profunda das necessidades e preocupações dos moradores do condomínio. “ Quem sabe administrar bem o condomínio e lidar com os desafios, pode contribuir muito para uma convivência mais harmoniosa”.

 

O desafio enfrentado por síndicos não profissionais

Mesmo diante das complexidades cada vez maiores que envolvem a função de síndico, nem sempre o cargo é ocupado por um profissional que se dedica exclusivamente ao ofício. Ainda é muito comum condomínios em que um dos moradores assume esse papel. Mas, mesmo nestes casos, é preciso se capacitar e contar com uma assessoria de pessoas e empresas especializadas no assunto. Esse é o caso de Cintia Martinez, que, após dois anos como subsíndica, assumiu o posto de síndica em 2020 e segue nele desde então. 

O seu condomínio, em São Paulo, conta com 176 apartamentos, e segundo ela, entre os maiores desafios à frente do cargo, estão a gestão de pessoas e a firmeza para sustentar decisões, nem sempre fáceis. “A rotina é cansativa, mas conto com um conselho atuante, pois procuro ter uma gestão participativa, com o real envolvimento dos conselheiros.  Isso facilita muito as coisas. Um dos papéis do síndico é buscar o melhor, dentro do que a maioria decide, trazendo assim harmonia. Aqui, o que a maioria decide, faço valer. Mas, algumas vezes, alguns discordam e, para não virar bagunça, sustento a decisão da maioria e ponto”.

Sem experiência anterior na função, ela conta que a pandemia da Covid-19 foi um baque e um divisor de águas, que trouxe de uma hora para a outra novas responsabilidades para o cargo. “Foi muito desafiador administrar todos dentro de casa, trabalhando, estudando, brincando… Foi um momento cruel, em que buscamos atender as necessidades de todos e manter a ordem. Foi difícil, também, exigir o cumprimento de normas sanitárias, já que muitos não entendiam as necessidades”. 

Mas, independentemente de o condomínio contar com um síndico profissional ou um morador no cargo, a assessoria de uma administradora de imóveis com experiência e nome no mercado é fundamental neste cenário de cada vez mais complexidade. E neste sentido, a tecnologia, mais uma vez, também pode ser uma grande aliada. A APSA, por exemplo, lançou em 2021 a Doitt, uma plataforma de gestão condominial na modalidade SaaS (que necessita apenas de uma conexão com a internet) que pode ser contratada por pequenas imobiliárias, administradoras, síndicos profissionais e síndicos condôminos, de prédios com até 70 unidades. 

Ela oferece soluções como consulta a dados básicos de condomínios e condôminos, como normas gerais, horários de funcionamento e documentos diversos; acesso a informações e contracheques de funcionários; acesso a convenções, regulamentos e documentos diversos digitais e pastas de prestações de contas digitais, além do acompanhamento de solicitações realizadas à administradora. Já para as administradoras, a plataforma possibilita melhores práticas de compliance regulatório; remuneração dos saldos condominiais, redução de tarifas bancárias e acesso a linhas de crédito exclusivas.

 

Trajetória que revolucionou o mercado

A decisão de homenagear Carlos Henrique Schneider e colocar o seu aniversário como o Dia do Síndico no Rio de Janeiro é um reconhecimento por toda a sua trajetória no segmento. Ele chegou ao Brasil em 1927, quando tinha 21 anos, em busca de oportunidades de uma vida melhor, já que o seu país ainda estava devastado pela Primeira Guerra Mundial. Schneider era formado em contabilidade e trabalhou como motorista, sócio de uma revendedora de veículos e em outros negócios até conseguir um emprego na Auxiliadora Predial Ltda

A empresa – que mais tarde daria origem à APSA – foi fundada em Porto Alegre, em 1931, por outros alemães e tinha o objetivo de financiar moradias, um modelo importado da Alemanha destinado à reconstrução do país no período pós-guerra. 

Com um bom desempenho reconhecido pelos empregadores, se estabeleceu no Rio de Janeiro para trabalhar na filial local. Com o crescimento, a empresa passou, também, a administrar os imóveis vagos, dando início à prática daquilo que, mais tarde, seria a operação de locações. A Auxiliadora começou, ainda, a fazer o registro de empregados, cuidar da cobrança dos condomínios e da prestação de contas. Tudo ia bem até 1942, ano em que começou a Segunda Guerra Mundial. Por ser uma empresa de origem alemã, a Auxiliadora foi invadida e teve seus documentos queimados na rua.

Em 1944, diante das incertezas e uma crise econômica sem precedentes, os sócios decidiram fechar a filial carioca. Foi aí que Carlos Henrique viajou para o Sul e, sem qualquer garantia, convenceu os diretores a darem continuidade ao empreendimento. Ele, então, tomou frente do negócio e, com uma visão pioneira e acreditando no desenvolvimento do país, colocou os seus planos em prática. Schneider ficou à frente da APSA até a sua morte, no ano de 1984. 

 

 

Por: Gabriel Menezes

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